Segundo levantamento feito pela SulAmérica Saúde com mais de sete mil mulheres, 72% delas apresentam um alto índice de sedentarismo, o que representa uma parcela importante no perfil de risco delas e tem influência em muitos outros problemas de saúde, como explica o diretor de prestadores e serviços médicos da empresa, Roberto Galfi. “Observamos que as mulheres que não praticam atividade física são mais estressadas (em média 14%), mais obesas (7%) e, ainda, fumam mais (2,7%)”, completa.
Ele acredita que o maior vilão da saúde feminina é não encontrar uma forma de conciliar tantas atividades e cobranças no seu dia a dia: da empresa, da família, da sociedade e dela mesma. “A mulher vem ocupando um espaço cada vez maior no mercado de trabalho e, geralmente, mesmo que não seja responsável pelos cuidados com a casa, está constantemente preocupada e envolvida com a dinâmica da família. Esse acúmulo de atribuições a obriga a planejar suas ´tarefas´ e nem sempre a sua saúde é considerada como prioridade”, acrescenta. A pesquisa mostrou, ainda, que 53% das pesquisadas foram classificadas com estresse inadequado e 35% com o Índice de Massa Corpórea (IMC) de sobrepeso ou de obesidade.
Pesquisa realizada pela International Stress Management Association (Isma-BR), no Brasil, que estuda o estresse e suas formas de prevenção, corrobora esses dados. O estudo mostra que a sobrecarga de trabalho continua sendo uma das principais causas do estresse feminino, atingindo 94,3% delas. A presidente da entidade, Ana Maria Rossi, explica que as mulheres são as mais afetadas pelo excesso de tarefas, além da dupla jornada de trabalho, incluindo os afazeres domésticos. “Somado a isso, elas ainda acreditam que precisam produzir mais para provar sua competência”, completa.
Porém, apesar dos níveis elevados de estresse, as mulheres, pelo comportamento que adotam no dia a dia, parecem lidar melhor com ele do que os homens. E isso acontece, segundo a pesquisa, por quatro razões: elas têm mais facilidade para verbalizar suas emoções; maior conscientização das suas condições físicas e emocionais, buscando ajuda nos primeiros sinais do sintoma; mais disciplina na prática regular de técnicas de relaxamento; e, pelo fato de cultivarem uma crença religiosa, demonstrando mais fé.
Outro dado importante (e preocupante) da pesquisa da SulAmérica é o crescente percentual de mulheres que não realizam o acompanhamento ginecológico, chegando a 23% em 2009. “A falta de tempo, associada à percepção de que se não houver sintomas a consulta médica pode ser adiada, contribui para esse aumento”, afirma Galfi. Ele explica que os piores resultados estão entre as mais jovens (20 a 29 anos) e na faixa a partir de 60 anos de idade. “Isso sugere que o foco nessas faixas etárias está mais voltado a outros fatores como formação e crescimento profissional entre os mais jovens e a não necessidade pela redução da atividade sexual para as mais velhas”, completa. “Os pontos apresentados são conclusões com base no levantamento, porém não temos dados que comprovem essas afirmações.”