Artigo

Assédio: tenha voz e denuncie

Grandes empresas já possuem um canal de denúncia sobre esse tipo de crime

de Redação em 1 de março de 2018

Edna Vasselo Goldoni

Edna Vasselo Goldoni é diretora de relacionamento do CONARH 2018 e fundadora do Instituto Vasselo Goldoni

Atuando no mercado segurador há quase 35 anos, conhecido como predominante masculino, sempre acreditei que a
mulher tem de estar onde ela quer estar. Justamente por isso, quero tratar de um tema bastante retratado pelos noticiários nesse último ano: o assédio, sendo ele moral, sexual e psicológico.

Observando os movimentos, percebemos que o termo “sororidade”, que define a união e aliança entre mulheres, baseado na empatia e no companheirismo, na busca de alcançar objetivos em comum, está começando a ficar evidente no dia a dia das mulheres no mundo. O grande destaque, em 2017, foi o discurso da apresentadora e
atriz americana Oprah Winfrey durante a cerimônia do Globo de Ouro. Na ocasião, ela elucidou a questão e amplificou ainda mais o tema que já era pauta de um dos mais respeitados jornais americanos, o The New York Times, que publicou as denúncias das atrizes de Hollywood contra um dos mais famosos e poderosos produtores da indústria cinematográfica, Harvey Weinstein.

Podemos afirmar que Hollywood está vivendo uma verdadeira Revolução Feminina, quebrando o grande silêncio que existe em casos de assédio. Chegou o tempo de nos unirmos ainda mais em defesa das mulheres vítimas de abusos.

Outro movimento que impulsionou o Twitter, o #MeToo, foi liderado pela atriz Alyssa Melano, que pediu às mulheres compartilharem histórias de abuso. Cerca de 30 mil pessoas comentaram suas experiências, ou seja, a
conectividade das pessoas com as redes sociais contribui para a quebra do silêncio e para que as vítimas não se sintam mais sozinhas.

De acordo com o Conselho Nacional de Justiça, 88% das ações de assédio moral acontecem na esfera trabalhista. Mas sabemos que os números registrados pelos órgãos competentes não chegam perto da realidade do cotidiano das mulheres; há grande medo e receio em denunciar esse tipo de crime. Sempre converso com líderes de recursos humanos e percebo que grandes empresas já possuem canal de denúncia e buscam auxiliar com proteção suas colaboradoras para enfrentar esse processo de forma corajosa.

Conversando com Patricia Pugas, diretora-executiva de gestão de pessoas do Magazine Luiza, soube que a empresa está fortemente engajada na luta contra o assédio moral e sexual. Lá, o assunto é tratado por meio de um processo inovador e totalmente democrático. O Magazine criou o Dia da Limpeza, uma reunião conduzida pelo líder de cada um dos times. Cada equipe pactua quais são os cinco comportamentos inaceitáveis relacionados a assédio moral e sexual. Dessa forma, a empresa espera ter um material sob medida sobre esse tema.

E para chegar aonde sonhei e viver no mundo que espero, de direitos iguais e respeito, assumi efetivamente o protagonismo da minha história. Acredito na força da mulher e continuo reforçando nas minhas atitudes, e motivando as pessoas com as quais me relaciono, o respeito e a igualdade dos direitos das mulheres.

Compartilhe nas redes sociais!

Enviar por e-mail