Barreira forte

de em 20 de abril de 2010
Tom Coelho: o nome do jogo é diálogo

Acreditar que a posição confere o poder de centralizar a informação é um dos erros mais comuns dos líderes, segundo o consultor Tom Coelho. E quando o assunto é o RH comunicando suas ações, ele dá a dica: o cuidado não é só com o que se divulga, mas de que forma isso é recebido.

Como integrar pessoas e estratégias e de que forma a comunicação pode auxiliar?
O primeiro passo é estabelecer o plano estratégico, formatando-o de acordo com a cultura organizacional. Missão, visão e valores devem estar integrados às estratégias definidas para o negócio. O segundo passo cabe à comunicação e consiste em divulgar e difundir essa estratégia em três ambientes: internamente, para a empresa; mercadologicamente, para o mercado; e institucionalmente, para a sociedade.
 
Quais os principais deslizes cometidos pelos líderes quando o assunto é comunicação?
Inicialmente, a prepotência de acreditar que sua posição lhe confere o poder para centralizar a informação e o torna porta-voz único da empresa. A comunicação empresarial começa na chamada identidade corporativa, que engloba marca, uniformes, decoração etc. Depois, passa, claro, por pessoas. E antes do líder e seu corpo executivo, estão na linha de frente a telefonista, a copeira, o office boy. A boa comunicação demanda harmonizar o discurso e o comportamento dos colaboradores à cultura da empresa. Isso exige da liderança a descentralização das decisões num processo denominado empowerment. Esse é o caminho para minimizar ruídos, neutralizar crises e elevar a confiança.
 
A área de RH sabe comunicar bem suas ações?
A comunicação não é apenas o que você diz e faz, mas como ela é recebida e percebida. Em muitas empresas, vemos um RH bastante ativo. Porém, não raro os próprios colaboradores não tomam conhecimento de tais iniciativas. Por isso, o RH deve se aproximar mais da área de comunicação para auferir maior efetividade em seus projetos. O caminho é utilizar a comunicação integrada como instrumento para falar com o público interno e externo. Isso passa pela intranet e internet, site e quadros de aviso, e impressos e as ações de responsabilidade social, além das redes sociais.

Que conselhos o senhor daria para a empresa que quer usar bem a comunicação para construir resultados estratégicos?
Remova as barreiras. Todas elas. Desde as barreiras físicas, caracterizadas por salas com portas fechadas e cadeiras com espaldar alto para quem ouve (contra cadeiras sem encosto para quem fala), até as barreiras emocionais, representadas pela falta de atenção e respeito com os subordinados. O nome do jogo é “diálogo”, o qual só pode florescer quando duas ou mais pessoas interagem. Neste processo, a verdade deve sempre prevalecer. Primeiro, pois é a coisa certa a se fazer. Segundo, porque mais cedo ou mais tarde virá à tona.

Tom Coelho fará a palestra Comunicação: a interação entre pessoas e estratégia, durante o 20º Congresso Catarinense de Recursos Humanos (CONCARH), que será realizado nos dias 13 e 14 de maio, no centro de evento da Federação das Indústrias de Santa Catarrina (Fiesc), e que tem como tema central Atitudes que constroem resultados estratégicos

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