Caráter estratégico

de Fernando Feitoza em 11 de abril de 2014
Fernando Feitoza
Fernando Feitoza é gerente de Educação para Sustentabilidade da Fundação Espaço Eco

Nos últimos anos, o tema sustentabilidade vem merecendo atenção crescente no mundo organizacional – seja qual for o tamanho ou setor de atuação de uma empresa. A incorporação da sustentabilidade à gestão das organizações tem sido apontada como um dos principais desafios nesse ambiente, sendo esse um cenário bastante complexo, dada a conexão do tema com tópicos dos mais distintos.

Ao iniciar um processo de implementação da sustentabilidade à gestão dos negócios, a organização passa a buscar referências de práticas, opções de investimentos e exemplos de estratégias a serem adotadas. No entanto, esse é um esforço pouco eficaz se não houver um comprometimento para com o investimento na educação. Embora muito difundido, sustentabilidade ainda é um conceito pouco compreendido e menos ainda vivenciado.

Pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral, em 2012, apresentou amostra de como está a gestão da sustentabilidade nas empresas do país. Intitulada Estágio da Sustentabilidade das Empresas Brasileiras, a pesquisa, que ouviu 170 organizações, apontou que apesar de se mostrarem compreensivas com relação à sustentabilidade, as empresas ainda têm dificuldades na incorporação e na criação de estruturas que reflitam verdadeiramente os aspectos ambientais, econômicos e sociais que envolvem o tema.

Para que a sustentabilidade seja, de fato, incorporada, faz-se necessário um processo que obrigatoriamente passa pelas pessoas; por isso, desenvolvê-las nessa competência é essencial. Assim, a experiência no ambiente organizacional apresenta-se potencialmente como uma das principais alternativas para esse aprendizado.

Segundo uma sondagem feita pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), 81% das empresas consultadas promovem atividades de educação aos trabalhadores na própria empresa para combater a falta de mão de obra qualificada em determinados processos. Essa falta de qualificação, para 74% das empresas, é o principal causador da falta de competitividade. Se nesse investimento forem incluídas, então, atividades que tenham como objetivo a incorporação da temática da sustentabilidade, um passo importante será dado.

#L# Treinamentos, palestras, workshops, jogos corporativos, entre outros programas, são importantes ferramentas pedagógicas para traduzirem, de forma prática, o conceito, estimulando que os profissionais reflitam sobre suas atividades cotidianas. Nesse processo, todos os níveis hierárquicos devem estar envolvidos, a começar pelos gestores, formando lideranças para a sustentabilidade, como um importante sinal para que a mensagem seja compartilhada.

Não se trata apenas de capacitação técnica, mas também de sensibilização para a construção de um novo olhar objetivando desenvolver as organizações e gerar valor para os negócios. Desse modo, a educação adquire caráter estratégico, devendo ser compreendida como elemento-chave visando a promoção de mudanças duradouras.

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