Gestão

Conceito que intimida

de Dorival Donadão em 4 de dezembro de 2015
Dorival Donadão / Crédito: Divulgação
Dorival Donadão é consultor em gestão e desenvolvimento humano / Crédito: Divulgação

O questionamento acima nasceu durante uma reunião de prospecção. Na conversa com o diretor de RH, apontamos a gestão do conhecimento (GC) como uma das soluções para o cenário que ele nos apresentava. A resposta dada com temor foi: “Nunca consegui entender esse conceito”.

A lembrança da reação do gestor martelava nossas cabeças. Por que ele reagiu daquela forma? Que receios ele teria a respeito da GC? O que gera mais temor: a gestão, o conhecimento, a expressão? Não se vê reações parecidas quando se fala em gestão de processos ou gestão de pessoas. E por que com GC emerge um receio tão expressivo? Nossa aposta é: pode não existir desconhecimento do que seja gestão do conhecimento, mas há o temor em deixar clara a incapacidade da gestão de informações.

Alguns podem não saber, ou até negar, mas grande parte do dia é gasta com manipulação de dados e informações. Por que, então, não estruturar esse trabalho e fazer GC como método e ciência? Para tanto, algumas premissas são relevantes. A primeira: GC é uma abordagem que pressupõe a permanente possibilidade de construção do conhecimento, que é a adição de inteligência e criação de conexões com dados e informações para produção de algo que terá relevância para outros dentro da cadeia de valor.

A segunda: não há construção do conhecimento sem autonomia, que não é fazer o que se quer ou o que se tem vontade, é fazer, de um jeito muito próprio, algo que contribuirá para que a organização atinja seu objetivo declarado e conhecido. O gestor do conhecimento deve se esforçar para que todos tenham a percepção do todo e uma visão comum dos objetivos e metas a serem atingidos.

Autonomia, também, pressupõe uma organização horizontal onde as decisões são tomadas a partir de informações estruturadas e da construção do conhecimento, e não mais pelo binômio comando e controle. Uma organização voltada para a GC está se soltando das amarras do comando e controle e valorizando o que há de novo.

A terceira e última: GC é processo e, essencialmente, orgânico – envolve, em 100%, pessoas. Portanto, é a negação absoluta da visão mecanicista da organização. Nessa abordagem holística do conhecimento, enxerga-se uma empresa não como uma máquina, mas como um organismo vivo que desenvolve senso de identidade e propósito coletivo.

Traço, aliás, de extrema importância na atualidade, pois num mundo caracterizado pela volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade, a GC é capaz de catalisar competências, necessidades e soluções que possibilitam a melhor gestão das organizações.

Quem não faz GC dificilmente consegue fazer inovação de forma estruturada, consistente e capaz de disseminar as informações e rapidamente incorporá-las em novas tecnologias e produtos. Em outras palavras, é incapaz de fazer inovação contínua. E aí? Você ainda acredita que tenha motivos para ter receio da gestão do conhecimento?

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