Gestão

Conversa franca

de Marcos Nascimento em 13 de julho de 2012

Um bilhão, oitocentos e noventa milhões. Não é um número desprezível. Esse é o resultado quando se faz uma busca no bom e (já) velho Google sobre o termo green jobs. Isso significa quinze vezes mais que a palavra “sustentabilidade”, o dobro da palavra “strategy”, e segue sendo maior até mesmo quando comparamos com o termo recursos humanos. Tudo bem que não podemos considerar esse fato como um indicador, um KPI digno de se tomar uma decisão. Mas que é, no mínimo, curioso e motivo de reflexão, isso sim! Por que isso acontece? E o que, na prática, isso significa para nossas organizações? O primeiro grande passo nessa análise é assumir uma verdade: os tais green jobs não são um modismo ou uma abordagem marqueteira sobre um momento político-econômico específico. Esse negócio veio para ficar e temos de nos preparar para isso. Nesse sentido, o RH não pode ser coadjuvante dessa mudança. Como um dos grandes entre os guardiões da cultura organizacional e como agente importante nos processos de transformação, ele tem o dever de orientar as principais lideranças sobre o impacto desse novo “perfil” de profissional. Sim, “perfil” mais que posições é o que estamos tocando aqui. Não se trata somente de profissionais experts em energia limpa, construção de edifícios “verdes”, meio ambiente, etc. Falamos de um conceito que precisa estar na mentalidade e no comportamento das pessoas, principalmente, as que ocupam posições de liderança. Green job significa estar consciente do impacto de suas ações no resultado da empresa sob todos os aspectos (econômico, humano e ambiental).

Significa trabalhar pela perenidade e sustentabilidade da companhia ao longo de décadas e não de anos. Significa dar espaço para as conversas (que muitos consideram chatas) daqueles que ocupam “posições verdes” em suas organizações e que nos alertam sobre a água que desperdiçamos, a sujeira que fazemos sem perceber, a energia que gastamos para limpar o que sujamos e que poderia ser usada para preservar o que ainda temos. Enfim, aqueles “chatos” conhecedores de coisas que ignoramos, mas que são fundamentais. Aliás, por ignorarmos essas coisas, as menosprezamos até que comecem a doer nos nossos órgãos mais sensíveis: o ouvido e o bolso. Quando consideramos as competências que os green jobs podem trazer para as organizações e a possibilidade de antecipar o impacto no custo do que fazemos (em todos os custos, do financeiro ao social), então estaremos fazendo algo de verdade com essa questão. A pergunta é: você ainda torce o nariz quando ouve falar do “verde”? Cuidado, pois é ele que dará um local para você exercer sua missão de trabalhar, criar, fazer algo que traga significado para sua vida. É esse verde que dará as diretrizes de como devemos trabalhar para manter nossa atividade.

Tratemos esses profissionais com o respeito que a humanidade merece e, principalmente, aprendamos com eles para que o green job não seja uma posição, uma profissão, mas sim uma forma íntegra, integral e inteligente de se fazer negócios. Pense nisso e comece a agir!


Marcos Nascimento
é partner at Manstrategy Consulting, expert em desenvolvimento e alinhamento de top teams

 

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