Gestão

Custo nas alturas

de em 13 de julho de 2012
ULTRA.F / Getty Images
Tóquio, a cidade mais cara e com a maior torre do mundo (a Tokyo Skytree, nesta foto) que tem 634 metros

Ela é uma das cidades mais populosas do planeta, com mais de 13 milhões de habitantes. Conta com a torre mais alta do mundo, de 634 metros de altura. E, também, é a cidade mais cara para expatriados, segundo os dados da mais recente  pesquisa  da Mercer. Sim, falamos de Tóquio: neste ano, a capital japonesa desbancou a angolana Luanda no ranking das localidades com o mais elevado custo de vida, segundo a compilação feita pela consultoria. Em terceiro lugar vem outra cidade japonesa, Osaka, que subiu três pontos em comparação à pesquisa realizada no ano passado. Moscou permaneceu na quarta posição e Genebra, na quinta. Cingapura e Zurique ocupam o sexto lugar. Karachi, no Paquistão, foi considerada, segundo a classificação, a cidade mais barata do mundo para expatriados. Lá, o custo de vida corresponde a menos que um terço quando comparada a Tóquio. Por aqui, as cidades brasileiras continuam sendo as mais caras das Américas, com São Paulo liderando. A capital paulista está em 12º lugar no ranking geral, seguida do Rio de Janeiro, em 13º. Brasília também está entre as 50 mais caras.

Melhor - Gestão de pessoasNathalie Constantin-Métral, consultora da Mercer e responsável por compilar os rankings todos os anos, diz
que utilizar empregados expatriados está se tornando um item cada vez mais importante da estratégia de negócios nas empresas multinacionais, incluindo o aspecto de expansão. “No entanto, levando-se em consideração a volatilidade dos mercados e o crescimento econômico inexpressivo em muitas partes do mundo, é preciso observar atentamente a relação entre custo e benefício, incluindo os pacotes salariais de expatriados. Certificar-se de que os salários reflitam adequadamente a diferença no custo de vida no país de origem do empregado é importante para atrair e reter os talentos certos onde as empresas precisam deles”, acrescenta. Ela conta que quando comparadas com Nova York (tomada como base na pesquisa), a maioria das cidades na Europa vem presenciando uma queda no custo de vida. “Existem algumas exceções onde os custos com acomodação aumentaram ou em localidades em que os impostos adicionais sobre valor agregado estão elevando o custo de vida”, observa. Já na América do Norte, a maioria das cidades subiu no ranking, pois o dólar americano está valorizado em relação a muitas moedas mundiais. Na Ásia, mais de seis entre dez cidades tiveram um aumento nos custos de vida, incluindo todas as cidades participantes da pesquisa na Austrália, na China, no Japão e na Nova Zelândia. “As cidades australianas e neozelandesas testemunharam alguns dos maiores saltos, tendo em vista que suas moedas se fortaleceram significativamente em relação ao dólar americano”, lembra a consultora da Mercer.

Europa
Ocupando a quarta colocação no ranking mundial, Moscou mantém sua posição como a cidade mais cara na Europa para expatriados. Genebra vai na sequência, seguida por Zurique, que ocupa o 6o lugar no ranking. Com algumas poucas exceções, as demais cidades da Europa apresentaram uma queda nos rankings. Nathalie explica que, apesar de alguns aumentos de preços marcantes na região durante o primeiro semestre do ano passado e dos aumentos generalizados nos impostos sobre valor agregado, a maioria das cidades europeias apresenta uma queda no ranking. Isso se deve principalmente à situação econômica instável por toda a Europa, o que gerou a depreciação da maioria das moedas locais frente ao dólar americano. Os países fortemente atingidos pela crise na zona do euro, incluindo a Grécia, a Itália e a Espanha, também estão vivenciado quedas nos preços dos aluguéis. Nesse ritmo de queda, vale citar Oslo que, por exemplo, está em 18º lugar. Ela caiu três posições desde 2011 (veja na taleba na pág. 57), ao passo que a próxima cidade europeia, Londres (em 25º), desceu sete posições. A cidade menos cara para expatriados nessa região é Skopje, na Macedônia. Ela ocupa a 207ª posição geral no ranking.

Oriente Médio e África
Tel Aviv (em 31º) continua a ser a cidade mais cara no Oriente Médio para expatriados, mesmo tendo caído sete colocações desde 2011. Ocupando a 67ª colocação e com uma subida de sete posições em comparação ao ano passado, Beirute ultrapassou Abu Dhabi. Jidda, na Arábia Saudita, se mantém no ranking das cidades mais baratas na região. “De um modo geral, a maioria das cidades do Oriente Médio caiu no ranking, principalmente pelo fato de os aumentos dos preços de produtos e serviços estarem mais moderados se comparados aos de Nova York, a cidade-base da pesquisa. Ligeiras reduções nos custos de acomodação para expatriados também foram observados em Abu Dhabi e Dubai”, diz Nathalie. Apesar de deixar a liderança na lista mundial, Luanda é a cidade na África que se mantém na posição mais alta. Ndjamena, na República do Chade (e que ocupa a 8ª posição), vem em seguida com uma queda de cinco posições em relação a 2011. Descendo oito posições, Libreville (20ª), no Gabão, é a próxima cidade africana a fazer parte da lista, seguida por Cartum, no Sudão, que subiu 18 posições e passou a ocupar o 26ª lugar. “Pode parecer uma surpresa vermos tantas cidades africanas no ranking. O principal impulsionador por trás desse fato é a dificuldade de encontrar uma acomodação boa e segura para os expatriados. Dessa forma, o fornecimento limitado de acomodação aceitável é muito dispendioso. O custo de artigos internacionais importados também é considerado alto, contribuindo para que muitas subam no ranking”, explica Nathalie.

Na África do Sul, Johannesburgo (154ª) e a Cidade do Cabo (179ª) desceram 23 e 21 posições, respectivamente, refletindo a desvalorização considerável que o rand, moeda local do país, sofreu frente ao dólar americano no último ano. Túnis, Tunísia (209ª), continua sendo a cidade menos cara para expatriados na região, com uma queda de duas posições em relação ao ano passado.

Daniel Zollinger / Getty ImagesAs Américas
São Paulo e Rio de Janeiro mantêm as suas posições como sendo as cidades mais caras para expatriados nas Américas, e ambas ocupam uma colocação muito próxima a Caracas (em 29o lugar), que subiu 22 posições desde o ano passado.  Na América do Sul, Brasília (45ª) é hoje a quarta cidade mais cara, com uma queda de 12 posições. Buenos Aires deu o maior salto na lista após forte inflação, que aumentou consideravelmente o custo dos produtos, bem como apresentou uma elevação no custo de acomodação. Nathalie explica que as pressões inflacionárias continuaram fazendo com que algumas cidades sul-americanas subissem no ranking, ao passo que em algumas cidades da região, a desvalorização das moedas locais contribuiu para que elas ocupassem uma posição inferior.

Para além da linha do equador, ocupando o 33º lugar no ranking (abaixo da 32ª posição em 2011), a cidade de Nova York continua sendo a mais cara nos EUA. Los Angeles (68ª) e São Francisco (90ª) estão, por outro lado, se recuperando lentamente, após subirem respectivamente nove e 16 posições desde o ano passado. Entre outras grandes cidades americanas, Washington (107ª) subiu uma posição. Para Nathalie, ainda que os aumentos de preços tenham se mantido moderados no geral, a maioria das cidades norte-americanas subiu no ranking, principalmente por conta da alta valorização do dólar americano.  Já no Canadá, Toronto mantém-se no topo do ranking, seguido de perto por Vancouver (63ª). Montréal (87ª) caiu oito posições, ao passo que Calgary (92ª) subiu quatro posições.

Ásia-Pacífico
Este ano, Tóquio foi classificada como a cidade mais cara para expatriados na Ásia e globalmente. Subindo três posições desde 2011, Osaka (3ª) é a próxima cidade asiática na lista, seguida por Cingapura (6ª) e Hong Kong (9ª). Xangai (em 16º lugar) e Pequim (17º) subiram cinco e três posições, respectivamente, ultrapassando Seul (22ª, uma queda de três posições). “A combinação de preços mais elevados dos produtos e uma valorização do iuan, moeda da China, fez com que as cidades chinesas subissem no ranking. A alta demanda constante por acomodação também gerou aumentos moderados nos aluguéis”, destaca Nathalie. Na Índia, Nova Déli (113ª) e Mumbai (114ª) tiveram uma queda considerável: 28 e 19 posições, respectivamente. Em outras localidades na Ásia, Jakarta (61ª) subiu oito posições. A colocação de Hanói permaneceu estável na 136ª posição, enquanto Karachi (214) continua sendo a cidade menos cara para expatriados. As cidades australianas continuam a ocupar uma alta posição da lista nessa região e, com a valorização do dólar australiano, todas elas vivenciaram saltos mais altos desde o ano passado. Perth (19ª) e Canberra (23ª), por exemplo, subiram 11 posições. Já Adelaide (em 27º) disparou com 19 posições. Atualmente, a Austrália conta com três cidades pesquisadas na lista das top 20 e todas as demais seis cidades participantes da pesquisa se encontram nas top 30. Na Nova Zelândia, Auckland (56ª) e Wellington (74ª) apresentaram uma subida significativa de 62 posições. “O salto na lista feito pelas cidades na Nova Zelândia vem dos elevados aumentos em custo e demanda por acomodação, juntamente com uma maior valorização do dólar neozelandês”, explica Nathalie. “A demanda por propriedades alugadas também apresentou uma elevação significativa em todas as cidades australianas que fizeram parte da pesquisa. Associado a uma disponibilidade bastante limitada, o resultado se traduz em mercados altamente limitados e preços mais elevados”, finaliza.

 

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