Dicas para não errar ao escolher o plano de saúde empresarial

de Redação em 4 de agosto de 2017

Reter bons funcionários requer oferecer a eles vantagens competitivas no mercado, e o convênio médico está na lista dos itens mais desejados. Ainda que esse seja o interesse de muitos empresários, é necessário adequar um plano de saúde que dê boa cobertura e, ao mesmo tempo, não comprometa as contas da empresa.

De acordo com o advogado Rafael Robba, sócio do escritório Vilhena Silva Advogados, que oferece consultoria para contratos firmados entre empresas e operadoras de saúde, a principal armadilha que as companhias precisam ficar atentas está relacionada ao reajuste por sinistralidade e quebra do contrato de maneira tendenciosa por parte da operadora de saúde.

– Sinistralidade é o desequilíbrio financeiro do plano de saúde. Isso ocorre quando o uso coletivo do convênio excede uma determinada porção do valor pago pelos participantes desse plano. Como forma de equilibrar despesa e receita, as operadoras calculam o índice de sinistralidade e aplicam esse valor na mensalidade do plano. É importante verificar as hipóteses de rescisão de contrato e se existe previsão de multa contratual caso a empresa queira cancelar o contrato após os primeiros 12 meses. –, explica Rafael Robba.

Planos coletivos empresariais correspondem por mais de 60% das pessoas que possuem convênio médico. Hoje, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), dos 47.606.341 usuários de planos de saúde, 31.591.360 estão nessa modalidade. Para reajustar as mensalidades, as operadoras se baseiam em índices próprios que chamam de inflação médica. No ano passado, ela foi 70% maior do que a inflação oficial. Além disso, outro fator que encarece os serviços é a tecnologia médica e a atualização do Rol de procedimentos mínimos obrigatórios que devem ser cobertos pelas operadoras e que é determinado pela ANS. Para o ano que vem, 15 novos procedimentos devem ser incluídos.

Para entender os pontos principais na hora de escolher um plano de saúde ou ver se o atual plano é a melhor opção para os funcionários, Rafael Robba dá algumas orientações.

Entenda o perfil dos beneficiários
Um dos principais problemas das empresas é não fazer uma varredura minuciosa para compreender o tipo de plano que mais se adequa ao perfil dos funcionários. Por meio de pesquisas internas, é possível mapear características e hábitos que podem revelar a real necessidade daquele grupo. Um dos exemplos é a área de cobertura da rede credenciada. Funcionários que moram próximo à sede da empresa não precisam de um plano de saúde com abrangência nacional, uma vez que quanto maior a abrangência demográfica, maior será o valor da mensalidade.

Fique atento às cláusulas contratuais
A principal armadilha dos chamados planos empresariais está nas cláusulas dos contratos. Principalmente os que envolvem reajustes por faixa etária e sinistralidade. É importante, também, verificar se a sinistralidade será apurada apenas no grupo daquela empresa ou se o contrato empresarial estará dentro de um pool de risco, o que garante maior segurança para a empresa. Dessa forma, o reajuste deverá ser o mesmo aplicado a todas as empresas que possuírem até 29 funcionários.

Mais um ponto que Robba destaca é a cláusula de rescisão do contrato (como, por exemplo, rescisão imotivada pela operadora), e se existe previsão de multa contratual, caso a empresa queira cancelar o contrato após os primeiros 12 meses.

Dividir os custos ajuda no caixa da empresa
A chamada coparticipação tem se tornado uma modalidade cada vez mais adotada pelas empresas e as mensalidades costumam ser mais baixas. Essa é uma categoria em que o funcionário contribui, além do valor mensal do plano, com uma taxa a cada vez que passar por uma consulta ou fizer um exame, por exemplo. Essa taxa varia entre as operadoras, e pode ser cobrada como um valor fixo ou percentual, que é determinado pelo próprio plano e deve estar previsto em contrato.

Cabe às empresas estudar, junto aos funcionários, a frequência de consultas e exames no mesmo mês para o barato não sair caro.

Evite abusos no uso do plano
Operadoras de saúde analisam a frequência de uso do plano na hora de calcular o reajuste da mensalidade e o percentual de sinistralidade. Dessa forma, quanto mais o usuário usa, mais ele paga. Se os procedimentos e exames forem caros demais, o valor pode assustar. Para evitar ser pego de surpresa, Robba recomenda que as empresas estimulem programas de bem-estar e prevenção para acompanhar a saúde dos funcionários. Os benefícios de programas como esse vão desde o menor uso do convênio até evitar o afastamento por problemas de saúde.

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