Gestão

Do discurso para a ação

de Cris Bonini em 6 de dezembro de 2013

Vivemos um período de quase desemprego zero que, somado à falta de mão de obra especializada em diversos setores, resulta em um interesse pelos grandes talentos no mercado. A concorrência por um profissional de destaque, muitas vezes por empresas de ramos de atuação distintos, faz com que áreas de RH tenham de criar meios de reter os talentos.

O grande desafio das companhias é mostrar a seus colaboradores que elas não só querem oferecer as melhores condições para o dia a dia no trabalho, mas que também se preocupam com o bem-estar e desenvolvimento deles. E isso não é feito apenas por meio de discursos motivacionais, mas com ações efetivas.

As empresas têm tentado de tudo, desde proporcionar diversos serviços e benefícios adicionais até criar formas de remuneração variável, incluindo ações da empresa, oferecendo, assim, bônus garantidos aos seus colaboradores. Vem crescendo no mercado outro foco de benefícios para reter os talentos. Nessa vertente, as empresas investem em cursos para os colaboradores. É a forma encontrada para manter os profissionais de destaque, visto que muitas vezes eles não têm recursos financeiros para manter-se atualizados de acordo com as exigências do trabalho e do próprio mercado.

Os colaboradores em geral ficam satisfeitos, pois podem ampliar seu próprio rol de habilidades e oferecê-lo à empresa, além de melhorar seus currículos e acumular importantes conhecimentos.

Além disso, essa estratégia não é benéfica apenas aos profissionais, as vantagens para a empresa também são inúmeras: especialização da mão de obra; melhoria na parte técnica e comportamental; oferta de estímulo à interação entre as equipes e chefias dos setores; e mudança na cultura do indivíduo e da própria companhia.

Não podemos esquecer que, além de capacitação, as empresas devem garantir também que os colaboradores tenham desafios e perspectivas profissionais compatíveis com os cursos que estão fazendo, ou seja, que possam colocar em prática o que estão aprendendo.

Vale lembrar que é necessário sim oferecer um plano de carreira que garanta o desenvolvimento profissional, estabelecendo novos desafios, além de permitir a perspectiva de melhores salários e de possibilidades de ascensão no trabalho. Nesse caso, o grande objetivo é levar à realização pessoal de quem trabalha, o que pode ser considerado um dos principais fatores de retenção.

Reter um talento é extremamente importante nos dias atuais, mas os gestores também precisam lembrar a importância de integrar perfeitamente os funcionários que possuem alto potencial com o resto da equipe, influenciando, portanto, na cultura geral da organização.

Cada empresa tem sua particularidade e deve adequar suas estratégias da melhor maneira, mas o valor pessoal dos colaboradores deve sempre ser destacado e tomado como item principal para o RH. Talentos únicos são um ativo e perdê-los representa um impacto negativo.

Cris Bonini é diretora de gestão de pessoas, performance e cultura da KPMG no Brasil

 

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