Não são apenas os estudiosos que alertam para a posição de destaque assumida pela comunicação nos últimos anos. Cada vez mais tenho essa percepção no próprio cidadão comum, o indivíduo que já sentiu a necessidade de se comunicar e de se familiarizar às pressas com as novas e velozes ferramentas da informação. Seja na hora de disputar uma vaga no mercado do trabalho ou quando a comunicação é indispensável para cultivar relacionamentos, perceba o quanto usamos a comunicação na hora de realizar a manutenção da nossa vida social.
Comunicar-se
Sem a comunicação, jamais poderíamos ser melhores hoje do que fomos ontem, tampouco avançar amanhã com relação a onde estamos hoje. É importante entendermos essa profundidade da comunicação, percebermos que ela necessita de amor e afeto para ser inteira, completa, integral.
Quem acha complicado lidar com o desenvolvimento da capacidade de se comunicar, muitas vezes, aponta o crescente volume de informação corrente no mundo como o maior obstáculo. Mas não adianta reclamar, esse volume não vai diminuir.
A questão é outra: se a nossa forma de compreender o mundo e os meios de nos relacionar com os outros está mudando na medida em que a comunicação se torna mais importante e mutante, precisamos buscar algo na essência. Precisamos perceber e desenvolver nossas capacidades de acordo com as novas ferramentas (afinal, ninguém quer correr o risco de ficar parado no tempo) e ir além. Isso significa se envolver com as dimensões da comunicação. Para entender melhor, apresento a metodologia das 7 dimensões da comunicação verbal.
Confira:
1. A primeira é a intrapessoal, que tem a ver com a “ponte” que uma pessoa estabelece consigo mesma e até onde ela é capaz de trabalhar o seu comportamento e transformar a timidez em força para se expressar com confiança e entusiasmo.
2. A segunda dimensão é a interpessoal, que não é exatamente o oposto da primeira, mas engloba o diálogo, a empatia, a importância do feedback, o elo com nosso interlocutor e a força da alteridade (a capacidade de se colocar no lugar do outro).
3. Outra dimensão é a vocal, que lida com o “como” dizer.
4. A quarta dimensão trata da comunicação corporal: até que ponto os nossos gestos, expressões faciais, estilos, aparências e sinais são importantes para as mensagens sem palavras?
5. A dimensão técnica, por sua vez, tem a ver com os recursos para uma comunicação adequada aos ambientes e circunstâncias, isto é, o ambiente ou ferramentas como aplicativos, audiovisuais etc.
6. Na dimensão intelectual, em que a produção dessa comunicação assume destaque quando somos capazes de planejar e preparar com propriedade as nossas apresentações.
7. Por último, e não menos importante, a dimensão espiritual se refere ao cultivo dos nossos valores para a busca de uma liderança pessoal e exclusiva neste estágio de “animal especial” alcançado pelo Homem, onde é concedida a cada um de nós a magnífica oportunidade de deixarmos a nossa marca no mundo.
Como você pode perceber, a comunicação nem é um bicho de sete cabeças, nem é a coisa mais simples desse mundo. Por isso, ela tem de ser levada a sério, na sua profundidade. Hoje, somente com esse mergulho que percorre as dimensões da comunicação poderemos aplicá-la à vida e ao trabalho. A comunicação desenvolvida tem poder suficiente para provocar mudanças positivas em nossas vidas. Mudanças movidas pela ética, pela dignidade e pelo amor.
Reinaldo Passadori é especialista em comunicação verbal e presidente do Instituto Passadori — Educação Corporativa