Elas ensinam

de em 12 de fevereiro de 2014

Abrir mão





Prioridade e planejamento, essas são as palavras para a mulher que quer equilibrar vida profissional, pessoal e familiar. Não serei 100% em todos os papéis. Abro mão de levar e buscar meus filhos no colégio, mas não de acompanhar o estudo deles quando chego em casa. Não faço questão de ir com eles em uma visita de rotina ao médico, mas não falto Í s reuniões da escola. A flexibilidade que tenho na Chemtech faz toda a diferença. Consigo, por exemplo, marcar minhas reuniões para Í s 10 horas, assim organizo as coisas na minha casa antes de ir para o trabalho. Em contrapartida, Í s vezes, chego em casa, coloco os dois para dormir e sento na frente do computador para resolver alguma pendência da empresa. No ano passado, me ofereceram a oportunidade de fazer um MBA in company, e vi que não era a hora. Eu teria de me organizar para chegar em casa Í s 23 horas, duas vezes na semana. Não fiquei preocupada achando que a minha recusa seria mal-interpretada. Ficou tudo certo, tenho essa abertura na empresa. Às vezes, estou no meio de uma reunião, o telefone toca e é a babá. Peço desculpas, mas não deixo de atender.

Daniella Galo, gerente-geral de engenharia da Chemtech

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Flexibilidade





Ter a minha própria empresa sempre foi o que eu quis fazer. Eu e a Vanessa trabalhávamos juntas e identificamos que havia uma demanda no mercado para o nosso negócio. Hoje, temos 20 pessoas trabalhando conosco, entre funcionários e colaboradores. O fato de ser mulher facilita na gestão de pessoas: estou sempre preocupada em ir além do trabalho, ver se a pessoa está feliz, se a gente pode fazer alguma coisa para melhorar o seu bem-estar. Claro que o preconceito também existe, principalmente nessa área de TI. Existe uma barreira a ser vencida, seja com o funcionário ou com o cliente, pois eles sempre esperam encontrar um sujeito de óculos e não uma mulher para tratar de um assunto tão técnico. Conseguir equilibrar a vida pessoal e profissional é o que me faz tocar a empresa todos os dias. Hoje, por exemplo, acordei Í s cinco da manhã para trabalhar um pouco, em casa. Assim que meu filho, de 3 anos, acordou, fiquei com ele umas duas horas antes de ir para a empresa. A mulher não “precisa” de flexibilidade de horários, ela “quer” ter essa flexibilidade. Não quero para mim aquela imagem que temos do profissional que mora no trabalho, que quando não está na empresa só pensa nos negócios. Quero ver meu filho crescer.

Hadeliane Iendrike, 34 anos, juntamente com a sócia Vanessa Nunes, abriu a SE7Ti, empresa de soluções empresariais em Tecnologia da Informação. A ideia surgiu enquanto as duas ministravam aulas de pós-graduação na mesma universidade.





Capacidade de improviso






Ainda na graduação, no curso de Direito, em 2007, comecei a vender umas camisas personalizadas pelo Orkut. Uma amiga estilista me ajudava a desenhar as roupas. A partir daí, passei a fazer alguns vestidos de festa – não muitos, pois são caros. Foi então que surgiu a ideia de abrir uma loja de noivas em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, que acabou se expandido. Acho que temos uma maior capacidade de improvização que os homens. Por lidar com o sonho de outra mulher, tenho de estar preparada para ajustar o vestido da forma que ela quer e não da maneira que eu acho que deveria ser. Tem noiva que prova a roupa e chora, outras são mais frias e há as que simplesmente não sabem o que querem. Cada noiva tem um roteiro diferente e, para lidar com isso, você acaba criando um personagem para cada uma delas. Vivo na loja e “ralo” muito. Este ano, pretendemos confeccionar os nossos próprios vestidos. Chego lá Í s oito da manhã e costumo sair Í s oito da noite; mas um dia saí Í  meia-noite, pois era preciso fazer um ajuste. Minha vida social é aos sábados, após Í s 15 horas, e aos domingos. Um dia quero casar e ter gêmeos, mas hoje meu foco está no trabalho.

Thaís Moraes, 24 anos, advogada e dona da Ozorno Fashion & Bridal, uma loja de roupas de festa no Rio de Janeiro, cujo faturamento em 2012 atingiu 1 milhão de reais.





Veja a entrevista com Mary Del Priore.

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