Gestão

Entre amigos

de Camila Mendonça em 18 de setembro de 2012

Melhor - Gestão de pessoasNo escritório da Sydle, empresa de TI, em Belo Horizonte (MG), as únicas salas que existem são as de reunião. Todos os departamentos e funcionários estão reunidos em um mesmo espaço aberto, convivendo um ao lado do outro. A estrutura, de alguma forma, é a representação física mais próxima de um dos valores intangíveis que fazem a empresa ter apenas 1% de rotatividade: a camaradagem entre funcionários. “O reflexo da camaradagem no ambiente é a sensação de pertencimento. As pessoas sentem isso. É impressionante como as pessoas se ajudam aqui”, afirma Victor Xavier, diretor de RH. A colaboração é o que mantém o clima de amizade e faz os projetos deslancharem com mais facilidade, conta o executivo. A premissa que resume a colaboração na empresa é a circulação da informação. “Todos sabem o que todo mundo sabe e o que a empresa faz”, afirma. Parece simples, mas com conhecimento circulando, a empresa não fica dependente de um único funcionário, gera a sensação de pertencimento e cria outro nível de competitividade. 

A competição mais agressiva, característica das empresas de tecnologia, é redirecionada para outras atividades, como campeonatos de futebol, de videogame, de truco. Isso amaina os ânimos dos mais impetuosos, contribuindo para a manutenção do respeito e integração entre os funcionários. Aliás, o processo de integração começa antes mesmo de alguém entrar na companhia, com a participação dos funcionários nos processos de seleção. Quando uma vaga é aberta, o RH escolhe por desempenho um funcionário para que ele prepare testes para os candidatos. No primeiro dia de trabalho, o novo funcionário tem todo o apoio da equipe da área e de toda a empresa. E são sorteadas três pessoas para um café da manhã com os novatos. Além disso, uma pessoa é escolhida para ser o buddy (colega, em inglês) de quem entra. “Ele auxilia em pequenos assuntos, que não estão relacionados diretamente ao trabalho, como o lugar mais bacana para almoçar perto da empresa.” 

Um gestor também apadrinha o novato. A ideia é que ele o ajude a construir uma carreira na empresa. O gerente-padrinho é escolhido pelo RH de acordo com o perfil da pessoa, não sendo, necessariamente, o gestor direto atual. Eles ficam juntos durante um ano. “É possível mudar de padrinho e de apadrinhado a qualquer momento.” Com informação circulando e com todo suporte dado ao longo da trajetória profissional dentro da empresa, a Sydle consegue fazer com que os funcionários se autogerenciem. “E em troca dessa liberdade, queremos resultado. Eles sabem disso, e rendem mais.”

 

 

 

 

 

 

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