Carreira e Educação

Expatriar e desenvolver talentos

de Dum De Lucca em 4 de dezembro de 2015

Patricia: ser o protagonista da carreira

Aos 14 anos, office boy de uma multinacional brasileira, e, aos trinta e oito anos, gerente industrial de uma unidade desta empresa no exterior. Essa é a trajetória de carreira resumida de José Amarildo Pereira, gerente de operações da Tigre S.A., do segmento de tubos e conexões, no Uruguai. Quando começou na unidade de Joinville-SC da empresa, Pereira queria crescer na companhia, como qualquer jovem profissional, mas não imaginava que sua carreira decolaria tão longe.  O executivo teve sempre a imagem do pai, que foi funcionário da multinacional por vinte e seis anos, para se espelhar.

“Comecei minha carreira como office boy, passando pelo escritório de assessoria jurídica e, em 1995, fui transferido para a fábrica, após uma reestruturação na empresa, com o desafio de aprender a parte técnica dos processos (injeção e extrusão)”, conta. Ele iniciou suas atividades fabris como operador de máquina em várias escalas: líder de célula, trocador de moldes e assistente técnico. “Neste período, a Tigre me ajudou com a formação técnica”, destaca.

­Após, Pereira deu um salto na carreira, quando surgiu o desafio de trabalhar na Tigre Peru, em Lima. Durante a trajetória profissional, ele contou com a orientação e experiência de muitos colegas de trabalho. “Devo muito a essas pessoas. Elas me ensinaram a crescer como profissional e também como pessoa”, lembra. Recentemente, ele recebeu uma promoção, ocupando agora o cargo de gerente industrial da Tigre no Uruguai.

“A Tigre foi fundamental para minha formação”, descreve. A empresa investiu no futuro de Pereira, desde o curso técnico até o MBA (gestão empresarial pela FGV), além de inúmeras capacitações realizadas durante este período, com ênfase em lean manufacturing e idiomas. O gerente industrial da unidade do Uruguai é um dos exemplos de colaboradores da Tigre que, por meio de programas de gestão de pessoas e de expatriação bem estruturados, venceu em outro país.

Expatriando talentos

Com 74 anos de atividades, um dos aspectos que reforça a marca da empresa no mercado é a gestão de pessoas e a expatriação de talentos. Para a Tigre, o desafio é oferecer um plano de carreira atraente e reter talentos, identificando profissionais que compartilham de seus valores e que possam multiplicar a cultura da empresa em projetos e lugares distintos.

Mas nem todo talento está preparado para essa mudança de ambiente. De acordo com Patricia Bobbato Cardoso, gerente corporativa de desenvolvimento organizacional, o processo de expatriação depende de alguns fatores, como demanda das vagas e perfil técnico e comportamental do profissional. “Olhamos as necessidades e depois procuramos no nosso pool de talentos, observando quais candidatos estão aptos a ocupar o cargo”, explica.  A executiva observa que, caso se verifique que não há candidatos totalmente preparados para o cargo, a empresa investe no colaborador, dando-lhe subsídios técnicos ou comportamentais para almejar a vaga. “Trabalhamos nesse incremento para que o profissional tenha a oportunidade dessa expe­riência internacional”, frisa. A Tigre tem hoje expatriados em cargos de liderança, engenheiros e analistas.

Pereira: aceitar culturas distintas

A companhia vem trabalhando para cruzar as culturas e facilitar a integração de seus colaboradores expatriados com os costumes dos locais para o qual são transferidos. Ainda no Brasil, a organização realiza um trabalho para que o colaborador tenha ferramentas disponíveis para lidar com outras culturas, assim como replicar a cultura organizacional da Tigre nesses países.

Cross Culture

“Morar fora é um grande aprendizado”, observa Patricia. Para minimizar o choque cultural, diz, e fazer com que a experiência seja boa para empresa e colaborador, a Tigre trabalha com o programa Cross Culture. “A maioria das pessoas que foram expatriadas tiveram mais ganhos do que perdas”, destaca. “Ajudamos o colaborador a protagonizar a sua carreira”, completa.

Patríicia conta o caso de um profissional que foi expatriado para unidade da Tigre no Peru. No país andino, ele constituiu família e os filhos desse colaborador, por sua vez, construíram suas bases naquele país. “Muitas vezes eles desenvolvem competências que não estavam em seus planos”, explica.

Com todo respaldo obtido, o office boy que hoje é gerente no exterior ressalta que sua adaptação a outras culturas não foi complicada. “Não tive problemas em me adaptar em nenhum dos dois países. O segredo está em não realizar comparações, mas em aceitar e compartilhar experiências”, relata. O executivo diz que os profissionais devem estar dispostos a mudar e a acolher as diferenças. “É preciso ter força de vontade para que as coisas aconteçam mais facilmente. As culturas são muito diferentes e cada país tem seus costumes e valores.”  

Para o executivo, o conhecimento por meio da vivência com outras pessoas, costumes e valores agrega “um valor enorme” à carreira. “Temos de saber processar isso tudo para trabalhar da melhor forma. É um aprendizado para toda a vida”, observa. Experiências internacionais, diz, são uma grande fonte de aprendizagem e de oportunidade, não só para mim, mas para toda a minha família. “Além do apoio da Tigre nessa mudança, minha esposa e filhos sempre estiveram comigo e isso nos fez crescer mais ainda como família. Vivemos mais tempo juntos. Pais e filhos mais unidos não têm preço.”

Colaborador protagonista

Não fosse Pereira ser protagonista de sua carreira, não teríamos essa história para contar. Para Patricia, a empresa fornece muitas ferramentas para o colaborador ascender na carreira, contudo ele é quem decide qual rumo tomar. “A carreira é do colaborador, não do RH nem da empresa.” Por isso, a corporação também disponibiliza mudança de área. Essa possibilidade acontece após deliberação dos comitês, quando o profissional se reúne com o gestor e recebe o feedback de seus aspectos positivos e os que precisam ser melhorados. “Na Tigre o feedback é uma das principais ferramentas para entender de que forma o profissional precisa criar um plano de desenvolvimento individual (PDI)”, diz a executiva.

“Nós da área de desenvolvimento organizacional olhamos muito para essas pessoas, identificamos talentos e procuramos entender para onde elas querem ir em suas carreiras. O profissional não fica sozinho, mas a decisão é dele”, informa a executivo. Com essa plataforma de desenvolvimento de carreiras, a companhia permite que qualquer funcionário consiga chegar aonde quiser.

Compartilhe nas redes sociais!

Enviar por e-mail