Gestão

Fazer o bem

de em 13 de março de 2014

Uma pesquisa divulgada pelo Ibope em 2011 mostrou que um em cada quatro brasileiros acima de 16 anos já realiza algum tipo de trabalho voluntário, e nessa parcela encontram-se os que desenvolvem essas atividades em parceria com as empresas em que trabalham. Boa parte das organizações desenvolve ações voltadas para a formação e profissionalização de pessoas carentes com o objetivo de incentivar o trabalho em equipe, solidariedade e promover a cidadania àqueles que mais necessitam – e algumas dessas ações fizeram parte do guia de cases produzido pelo Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial (CBVE).

Entre os cases levantados pela CBVE está o trabalho realizado pela PwC. Uma das principais ações da consultoria nos programas de voluntariado empresarial é o incentivo dos seus colaboradores na participação dos projetos de voluntariado, e isso acontece desde o momento em que eles entram na organização. “Todo novo profissional ao entrar na PwC conhece as ações já realizadas e são convidados a fazer parte. Alguns deles participam ainda de um team building social, iniciativa que os deixa ainda mais propensos em ajudar. Na integração são compartilhados os resultados alcançados até o momento dentre os quais: 88% dos jovens que vivenciaram o programa de mentorias reconhecem que a experiência auxiliou sua entrada no mercado de trabalho e 70% dos alunos do Miniempresa passaram a ter mais vontade de estudar para alcançar seus objetivos. Adicionalmente, são realizadas campanhas de sensibilização periódicas e um evento anual de reconhecimento dos voluntários” relata Patrícia Loyola, gerente da PwC Brasil e especialista em Responsabilidade Corporativa (RC).

No ano de 2013 a empresa contou com 794 voluntários (considerando familiares e amigos dos colaboradores) que dedicaram 8.634 horas aos programas apoiados pela PwC. A empresa foca suas ações em transmitir conhecimento por meio dessa iniciativa. “Nossos profissionais são incentivados a compartilhar suas habilidades ensinando jovens entre 15 e 18 anos. Por meio de parcerias sociais com a United Way e Junior Achievement possuímos um portfólio de mais de 10 cursos que podem ser aplicados em nossos centros de treinamento pelo Brasil, ou em sala de aula nas escolas e organizações parceiras”, comenta Patrícia.

Já o Itaú desenvolve um programa de voluntariado a partir de uma parceria entre a Fundação Itaú Social e a área de Pessoas do Itaú Unibanco, intitulado de “Transformação Trainees”, que consiste em uma ação voluntária planejada e coordenada pelos próprios trainees com o suporte da Fundação Itaú Social. O programa é desenvolvido desde 2010 e tem como objetivo sensibilizar o grupo para as causas sociais, desenvolvendo-os e incentivando-os para novas competências. De acordo com Claudia Sintoni, coordenadora de Mobilização Social da Fundação Itaú Social, a ação já contou com a participação de mais de 230 trainees, beneficiando crianças, adolescentes e adultos de comunidades e organizações sociais da Grande São Paulo. “Para realizar a ação, os trainees passaram por várias experiências que começam com uma palestra de sensibilização. Posteriormente, escolhem a ONG a ser beneficiada, efetuam o planejamento, a captação de recursos e a execução do plano de trabalho. Um grupo assume a coordenação da atividade e outros participantes atuam no dia de realizar a ação. Isso mobiliza os colaboradores do Itaú para o engajamento qualificado em voluntariado e ações sociais que busquem contribuir para a garantia dos direitos da criança e do adolescente, entre eles educação de qualidade, é um dos eixos de atuação da Fundação Itaú Social.”

Voluntariado no desenvolvimento de líderes e novas competências
Além dos benefícios trazidos aos atendidos pelos projetos, a realização das atividades propostas dentro do voluntariado empresarial desenvolve novas competências e fomenta a descoberta de novos líderes. Para Claudia, o principal benefício apontado pelos participantes é a própria ação voluntária. “Além disso, a participação desenvolve competências, pois proporciona conhecimentos novos, atividades enriquecedoras e contato com ferramentas que não fazem parte do dia a dia dos voluntários. Nesse sentido, o ‘Transformação Trainees’ contribui no desenvolvimento de competências como negociação eficaz, construção de parcerias, gestão de soluções inovadoras, postura analítica e gestão da mudança.”

Já a PwC acredita que a atuação como voluntário viabiliza a convivência e integração entre pessoas de diferentes áreas e escritórios. “Há diversos casos de profissionais que foram transferidos para outros escritórios e passaram a tocar ou compor os comitês de RC em suas novas localidades. Por sermos parte de um network global de firmas, discutimos a gestão do programa de voluntariado e trocamos boas práticas com países como Estados Unidos e Canadá. Desse compartilhamento, surgiram oportunidades de voluntariado internacional”, explica Patrícia.

E é por meio dessas experiências que a liderança aparece de maneira natural e a área de RC presta suporte técnico aos profissionais, para garantir que a ação seja realizada com qualidade, com foco no impacto social planejado e alinhada à estratégia de engajamento comunitário da PwC. “A área de Responsabilidade Corporativa existe há 13 anos e durante esse período, presenciamos líderes de projetos que começaram como assistentes ou trainees e hoje são gerentes e jovens egressos dos cursos que, após entrarem na PwC, tornaram-se voluntários das aulas em que um dia foram alunos”, completa a executiva da PwC.

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