Gestão

Gestão do chicote

de Stefania Lins Giannoni* em 12 de setembro de 2011
Thinkstock

Um chefe é considerado difícil em função de algumas características, como agressividade, autoritarismo, mau humor, impaciência, comunicação não assertiva – fala alto, usa palavras inadequadas e até palavrões, provocando no outro medo e ansiedade. Quando o colaborador convive com este tipo de pessoa, acaba perdendo a motivação e o comprometimento para realizar um bom trabalho, resultando em aumento do nível de estresse e queda da produtividade. A própria terminologia de “chefe” já indica que estamos lidando com uma postura profissional do passado, mais fechada e com pouca liberdade para que o colaborador possa desempenhar seu papel. O ideal é que todos os chefes fossem líderes, indicando um modelo ideal de conduta para a gestão de equipes, contribuindo para a formação de novos líderes, para seu crescimento pessoal e o da empresa.

Em geral, para lidar com esse tipo de chefe, o colaborador precisa procurar conhecê-lo, analisando seu perfil, para facilitar a interação. Também ajuda ter flexibilidade, procurando se adaptar ao jeito da pessoa, ao seu estilo. Um ponto relevante é que os chefes difíceis nos forçam a buscar a superação de nossos limites e, de certa forma, nos proporcionam um aprimoramento, à medida que os desafios vão sendo superados. Diante de um gestor assim, é importante o profissional se posicionar. Temos liberdade para escolher aceitar ou não essa situação, se não nos adaptarmos, temos que procurar outro tipo de pessoa para trabalhar.

Peculiaridades de cada perfil
> Chefes coercivos:
são aqueles que querem que as coisas sejam realizadas do jeito dele. Para ele, tudo deve transcorrer do jeito que acha correto, na hora que ele quer, é ele quem dita as regras. Na medida do possível, procure se posicionar, dando opinião e sugestão de novas formas de realizar as atividades.

> Chefes agressivos: podem ser de dois tipos. O primeiro estabelece altos padrões de desempenho para a equipe. Quer que todos cheguem lá, mas de uma forma impositiva, sem respeitar o limite de cada um. Seu objetivo é que todos atinjam as metas a qualquer custo, o que pode ter um impacto negativo no grupo. Ao lidar com esse tipo de chefe, procure atender os prazos e cumprir com as metas, porém, se julgar que não conseguirá corresponder, busque negociação. O outro tipo agressivo é aquele que é rude, grosseiro, fala alto, utiliza uma linguagem inadequada com o colaborador e não o respeita enquanto profissional. Nesse caso, devemos ser assertivos, buscar oportunidades e falar sobre como você se sente com relação à forma de tratamento recebida.

> Chefe mal-humorado é aquele que esta sempre de mau humor, reclamando de tudo e de todos.  O ideal para lidar com esse tipo de chefe é não se deixar contaminar, mantendo seu bom humor.

> Chefe instável: não tem equilíbrio emocional e tem mudanças bruscas de comportamento. Em alguns momentos está “numa boa” e, no momento seguinte, não – e você não sabe como ele vai estar. Procure conhecer a pessoa e saber como e quando deve se colocar. Dessa forma, verá com mais clareza se é o momento certo e poderá aproveitar as oportunidades de bom humor para fazer solicitações.

> Chefe amigo: é aquele que da liberdade ao colaborador para que ele se expresse, entretanto, quando o colaborador passa dos limites , há uma mudança brusca de comportamento, fazendo com que o colaborador perca sua referência com relação ao chefe. Para lidar com este tipo de chefe, é fundamental que o colaborador tenha clareza de qual é o seu papel na empresa e não misture vida pessoal e profissional.

> Chefe reservado: com dificuldade de relacionamento, esse tipo de chefe não interage com a equipe, não compartilha. Ele conduz as pessoas, mas mantém um distanciamento muito grande da equipe, sem formar vínculo. Tem dificuldades de conversar e de compartilhar com a equipe, procura trabalhar de forma mais individualizada. Em situações como esta, procure se aproximar, ofereça ajuda e tente maximizar o diálogo.

Chefe centralizador: ele tem de estar a par de tudo e tem dificuldades para delegar atividades aos seus colaboradores, por medo de perder o lugar ou por receio de que as pessoas não façam as coisas a sua maneira. Em função dessa dificuldade, ao desenvolver uma atividade, é preciso manter o chefe informado de todos os procedimentos, procurando satisfazer suas expectativas. Aproxime-se e tente ganhar sua confiança, deixando claro que seu objetivo é somar, compartilhar e trabalhar em equipe.

Chefe omisso: é aquele que não se posiciona diante das situações do dia a dia e não fornece feedback para a equipe sobre os pontos positivos e de melhoria. Podemos lidar com este chefe solicitando o seu posicionamento e, no caso da falta de feedback, diga que gostaria de saber se o seu trabalho esta sendo desenvolvido de acordo com as expectativas, e como você pode melhorar.

De forma geral, para lidar com chefes difíceis podemos, é preciso considerar os seguintes pontos:
1. Mantenha o controle e o equilíbrio emocional
2. Procure conhecer seu chefe para poder lidar melhor com ele
3. Não entre em confronto
4. Seja flexível e, na medida do possível, procure se posicionar

*Stefania Lins Giannoni é psicóloga e especialista em Desenvolvimento de Pessoas.

 

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