Líderes com quem trabalhamos intuitivamente compreendem o valor de se trabalhar com as três agendas – Logos: agenda intelectual, Ethos: comportamental, Pathos: emocional – com o objetivo de manter conquistas. Entretanto, eles Í s vezes acham confuso quando precisam aplicá-las. Aqui segue uma pequena “receita” sobre como lidar com elas.

Logos: líderes precisam co-criar clareza e propriedade ao redor de sua própria missão, estratégia, objetivos, nova organização ou lógica. Eles precisam “co-criar” clareza já que é muito difícil impor a clareza, muito menos a propriedade. Como M. Wheatley, um famoso especialista sobre complexidade adaptada Í  liderança, diz: “Se nós insistirmos em obediência, nunca iremos ganhá-la por muito tempo e somente Í  custa daquilo que queremos mais: lealdade, inteligência e receptividade”. Líderes que engajam criam espaço e tempo para a clareza e a propriedade, por meio de diálogos abertos (não ao encaminhar PowerPoint). Eles permitem exploração, encorajam perguntas, desafiam sua equipe a compartilhar dúvidas e preocupações. Eles são claros quanto ao negociável e ao não-negociável. Ao serem realmente abertos e honestos, eles são capazes de criar a perna “intelectualmente convincente” necessária para que haja um engajamento autêntico.

Ethos: “pessoas não escutam ao que você diz, eles escutam ao que você faz!”, me disse uma vez um executivo sênior do Citibank. Pessoas estão tão acostumadas a nova “bola da vez” que eles não vão levar seu desejo por mudança a sério a não ser que eles vejam que você e os seus líderes estão realmente falando sério. E isso significa que você e sua equipe terão que provar, por meio de uma mudança comportamental visível e espetacular, que alguma coisa está realmente acontecendo. Cuidadosamente escolhendo, adotando e exibindo os dois ou três comportamentos que irão melhor exemplificar e apoiar sua intenção estratégica é crítico, se você quer ser crível!

Pathos: é a terceira perna do tripé do engajamento. Líderes devem ser capazes de “engajar emocionalmente” sua equipe se eles querem ter sucesso. Se Logos é o GPS (indicando uma rota coerente) eEthos o código de conduta (um dado conjunto de regras para garantir que as pessoas dirijam com segurança), Pathos é o combustível para o motor. As pessoas vão examinar minuciosamente seus líderes em busca de respeito, competência e autenticidade antes de confiar e segui-los incondicionalmente. Como os líderes podem fazer isso? Em recentes workshops de alinhamento estratégico, nós vimos líderes reduzindo a distância e mostrando vulnerabilidade ao convidar o apoio de sua equipe e admitir “temporária incompetência”, compartilhando seu “Propósito Superior” e o que realmente os motiva. Dessa forma, eles se tornavam, de repente, humanos e alcançáveis, convidando o feedback e trabalhando sobre ele, aumentando a confiança dos seus seguidores, falando diretamente e cortando o jargão politicamente correto, entusiasmando as pessoas, cuidadosamente selecionando os símbolos e metáforas que usariam para criar uma nova linguagem comum como apoio para sua intenção estratégica.

Líderes inspiradores compreendem que sua equipe precisa de espaço não apenas para co-criar clareza ao redor do Logos, mas também para re-alinhar seu próprio “propósito superior” com a nova situação. O início do filme Gladiador mostra isso de uma forma extraordinária: Maximus está prestes a engajar-se em sua última batalha. Ele sabe que precisará estar totalmente presente com suas tropas.  Surpreendentemente, o filme mostra o gladiador sonhando acordado com sua casa na Espanha, se relembrando da voz melodiosa da sua esposa cantando e da alegre risada do seu filho… O “propósito superior” do Maximus é agora de ir para casa. Ele se re-conecta com a força da sua emoção e re-alinha esta com seu “desafio corporativo”: ganhar essa batalha para que possa finalmente se reencontrar com sua família.

Esperamos que esta “receita” contribua para esclarecer como líderes usam as três agendas de Aristóteles no atual campo de batalha.