Por Gustavo Schifino*

Certamente você já percebeu que o mundo mudou. Famílias menores, alta preocupação com segurança e um mundo digital compõe os principais vetores dessa mudança, que segue acelerada.

Agora somos todos digitais, nossos filhos de forma nativa, e nós como imigrantes.

O que fazer para não ser ejetado desse mundo digital é, sem dúvida, o nosso maior desafio. Como manter-se interessante e relevante nesse novo ambiente?

Para um Nativo Digital o foco é viver o hoje. Para nós o foco era no destino e não no caminho. Essa constatação que já tem domínio publico, é o núcleo de toda essa evolução da humanidade. Se você acha que foi uma involução, cuidado, pode ser que você esteja mais próximo da obsolescência do que gostaria. O Nativo Digital, que prefiro chamar de Consumidor da Experiência ou simplesmente CX (Customer eXperience) não terá chefe, pelo menos não o chefe que conhecemos hoje. Nesse novo mundo existe espaço para um mentor diferente, alguém disposto a fazer junto ao invés de pedir para fazer. Alguém que saiba conviver com as diferenças e que tenha capacidade de elogiar.

Matar o chefe que existe dentro de você é a representação do desafio de entender e conspirar a favor desse único mundo que está à nossa volta. De enterrar o passado e viver o presente.

A mudança dentro de cada um acontece a partir de um exercício de desapego, de desaprender, de dar espaço para o novo, de encontrar as boas coisas desse novo ambiente. O desafio aqui é aprendermos juntos como viver melhor com quem consome nossos produtos e serviços e principalmente com quem vai pagar o nosso asilo no futuro.

O bom disso tudo é que viver como CX pode ser interessante, leve e divertido. O CX precisa muito de nós, mas de um jeito diferente, sem a nossa costumeira certeza de que o nosso jeito é o único, ou o certo. É hora de perceber de forma definitiva que é mais importante fazer sentido do que sucesso, e dessa forma matando o chefe que existe dentro de nós.

* Gustavo Schifino é palestrante da Insperiência, CEO da Pier X, Presidente do Comitê de Ética da Associação Brasileira de Franchising e fala sobre o novo comportamento de consumo diante da ascensão dos nativos digitais