Gestão

Na trilha do engajamento

de Paulo Henrique Rocha* em 12 de agosto de 2010

Comprometimento. Nunca essa palavra esteve tão em evidência e no centro de discussões como agora. Na seleção brasileira de futebol, por exemplo, era a primeira condição para um jogador fazer parte do time. Mas como isso se reflete no ambiente corporativo? Com a ascensão da “hipercompetitividade” no momento atual, torna-se possível notar que as organizações de todos os segmentos estão em busca de profissionais com alto índice de envolvimento, ou seja, comprometidos com ações que superem as expectativas básicas do puro cumprimento de uma tarefa.

Tal cenário reproduz a necessidade de inclusão de avaliações comportamentais nos processos de recrutamento e seleção para todos os níveis. Isso porque as atitudes analisadas refletem o grau de envolvimento do candidato, bem como seu engajamento, sua preocupação com a reputação pessoal e corporativa, seu instinto empreendedor, sua admiração pela empresa e sua vontade de superação, interferindo no sucesso contínuo e na melhoria dos processos de gestão.

O comprometimento é uma competência que cria diferenciais em relação ao capital humano da empresa. Destacam-se características como a colaboração, a participação ativa, o senso de urgência, a inovação, a busca conjunta pelos objetivos, o envolvimento de riscos, e a definição clara de seus propósitos e responsabilidades. Ainda nessa lista, o fato de o profissional acreditar na necessidade de constante elevação do seu desempenho também ganha relevância, já que nessa situação o indivíduo não mede esforços na transformação de ações em resultados que possibilitem a superação das expectativas.

Sendo o comprometimento um fator que não pode ser medido ou encontrado de maneira parcial – ou seja, o profissional estar comprometido ou não -, é importante dizer que a analogia entre o profissional certo, no lugar e no momento certo de sua carreira é determinante para estas evidências. O compromisso com o sucesso, a busca pelo desenvolvimento, pelo destaque e a aceitação de tarefas desafiadoras, sem dúvida, criam uma atmosfera agradável. Isso apresenta relação direta com o nível de prazer em exercer determinada função e o grau de impactos em essenciais elementos como desempenho, absenteísmo e rotatividade. Em algumas situações, as particularidades pertinentes ao comprometimento superam as perspectivas financeiras, sendo  posicionadas em segundo lugar.

Dessa forma, a satisfação gerada pela sensação de dever cumprido, de ter agregado valor à execução e de entregar mais do que foi prometido, ganha espaço. Mas todas essas ações ideais de superação, dedicação, paixão por excelência e força de vontade precisam obviamente de atenção quanto à maturidade, clima organizacional, missão, visão e valores da organização relacionada. Isso elimina qualquer possibilidade de geração de conflitos pessoais ou profissionais, facilitando uma conduta corporativa de maneira ética.

É importante lembrar, ainda, que a atuação da área de recursos humanos vai além de atividades restritas a folha de pagamento ou administração de benefícios. Também está contido nesse papel tudo o que diz respeito à criação de uma atmosfera favorável, o apoio aos gestores na administração do capital intelectual que compõe suas equipes, a atração e retenção de talentos e seus respectivos planos de carreira e estratégias institucionais. Esse canal de comunicação entre os líderes e liderados passa a ser visto como uma ferramenta eficaz de incentivo e evidenciação da importância do comprometimento em cada integrante da organização. Compete também ao profissional de RH mapear pontos a serem melhorados, valorizar o empenho, analisar índices de satisfação e intermediar o combate a questões de desmotivação e insatisfação de qualquer natureza.

*Paulo Henrique Rocha, consultor de negócios da Corrhect – Gestão em Recursos Humanos, empresa do Grupo Raduan

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