Gestão

O desafio de motivar equipes

de em 12 de fevereiro de 2014

Anos atrás, meus parceiros e eu encontramos uma pesquisa realizada pelo psicólogo australiano Michael Apter, a “Teoria da Inversão”. Para complementar essa teoria, nós sugerimos que os seres humanos pairam sobre diversos estados psicológicos dos quais quatro estão ligados ao tema motivação:

Relaxamento: acontece quando tenho autoconfiança. Estou preparado e meu líder confia em mim, volto minha atenção para o fato de que vou conseguir.

Ansiedade: é o estado oposto ao de autoconfiança/relaxamento. Estou nervoso e meu chefe está “colocando lenha na fogueira” ao me lembrar o tempo todo de falhas passadas por meio de um estilo “punitivo”.

Entusiasmo: acontece quando estou auto-motivado. Sou uma pessoa entusiasmada e meu líder continua a me engajar intelectual e emocionalmente para o futuro.

Passividade: também chamada de tédio. Estou desmotivado e desinteressado e o chefe enfatiza sobre “papéis, regras e restrições” em vez de ajudar a sonhar com um propósito superior. Assim, uma pessoa não pode estar relaxada e ansiosa nem entusiasmada e passiva ao mesmo tempo. Eles são estados opostos.

Entretanto, e aqui começa a ficar realmente interessante, afinal uma pessoa pode sim estar relaxada e entusiasmada, relaxada e passiva e etc. A partir desta combinação, surgem quatro zonas fundamentais para a motivação: Zona de Performance:quando estou relaxado/autoconfiante e entusiasmado/motivado, eu estou na zona de performance. Eu quero conseguir e confio que posso. Estou preparado e o líder está mostrando sinais de confiança na equipe e é capaz de nos fazer ver/sonhar com um propósito superior. Foi o que aconteceu ao time Francês na Copa de 1998: ele foi mantido neste estado pelo técnico Jacquet.

Zona do Stress: o líder é capaz de nos motivar a atingir a meta, entretanto, sua atitude, linguagem, histórias e exemplos são todos sobre a possibilidade de falhar e as consequências caso a gente o faça. Ele parece duvidar da nossa capacidade. O time brasileiro de 1998 foi mantido neste estado pelo bem-intencionado técnico da Seleção que parecia acreditar que estresse e pressão eram grandes motivadores.

Zona da Depressão: faz lembrar aquele estudante que não fez nada durante todo o ano e, agora, semanas antes do exame final: ele sabe que é muito tarde para fazer o que quer que seja (passivo) e está ciente que a “guilhotina” logo mais será ativada (a reprovação e a reação do pai). É um estado de desamparo, abatimento, próximo ao “congelar”.

Zona Re-Criacional: é mais ambivalente. Por um lado, é o lugar necessário para se recuperar de maneira segura. Afinal, uma pessoa não pode estar sempre na Zona de Performance. É tempo de, literalmente, “re-criar” nós mesmos por meio de novos pensamentos, leituras, reuniões, explorações de todos os tipos. Entretanto, se manter aqui por muito tempo pode trazer-nos mais para o lado da passividade do que do relaxamento e pode levar a depressão.

Então, o santo graal é a Zona da Performance. E como levamos nossas equipes aí? Como mover um indivíduo ou uma equipe da Passividade/Tédio para o Entusiasmo? Elevando a régua! Fazendo-os sonhar! Motivando-os! Através do uso apropriado da equação dor/ganho, etc… é o que escutamos mais. Isso pode ser resumido sob a bandeira de desafio comportamental. Eu preciso desafiar a minha equipe se eu quero que eles elevem sua energia de passividade para entusiasmo.


Entretanto, o perigo é grande se não acompanho minha “alavanca do desafio” com outra pessoa que vai garantir o jogo no mundo do relaxamento e não da ansiedade. Essa alavanca é chamada de “apoio” e é sobre encorajar, não punir, liderança serviente, permitir erros, etc.
Muito frequentemente, líderes maravilhosos e ativos são punidos por incompetentes coaches, sugeridos a domar sua vontade e energia. Isso é totalmente errado. Quando um líder é alto no eixo do desafio, deixe que ele fique lá e ajude-o a cultivar uma atitude de alto apoio também.


Ver onde nossa equipe/colegas individuais estão (Performance, Estresse, Depressão ou Re-Criação) é intuitivo e fácil. Teste! E depois pergunte a você mesmo quanto mais de desafio e/ou apoio seria necessário em cada caso específico.

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