Saúde

O futuro do benefício saúde

de Redação em 17 de junho de 2019
Crédito: Shutterstock

Por Fabiana Salles, fundadora da Gesto, health tech que atua com corretagem de seguro saúde baseada em ciência de dados para cuidar de vidas e gerenciar de maneira inteligente todo o ciclo de saúde empresarial

Não é segredo que o benefício saúde é um dos mais valorizados pelos trabalhadores: 95% deles considera importante ou muito importante a sua oferta para decidir entre um emprego ou outro de acordo com o Ibope Inteligência para o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). O mistério mesmo para os gestores parece na maioria das vezes estar em como encontrar um caminho que torne essa oferta sustentável e equilibrada em termos de qualidade e de investimento.

Isso porque, no atual cenário de saúde brasileiro, as empresas, o que inclui as pequenas e as médias, suportam em suas estruturas uma responsabilidade muito similar à de secretários governamentais da área. A explicação está nos números. Segundo a Agência Nacional de Saúde (ANS), o sistema de saúde suplementar suporta perto de 47 milhões de vidas no Brasil (algo em torno de 25% da população do País) e mais de 70% dessa conta pertence às companhias, visto que a modalidade mais contratada é a coletiva empresarial. Por outro lado, estima-se que 12% dos recursos empresariais são destinados para isso, um total que fica atrás apenas da folha de pagamento. E toda essa dinâmica é regida pela variação dos custos médicos e hospitalares (VCMH) que sobe anualmente na casa dos dois dígitos, em proporções maiores do que a inflação.

Ou seja, se não houver uma gestão eficiente, dificilmente será possível manter o benefício. E, como consequência, sem ele reduzimos as chances de conservar um quadro de colaboradores saudável, impactando na produtividade. Para quem lida com esse dilema todos os dias, é válido um recado muito importante: é possível encontrar o seu ponto de equilíbrio, dá para fazer muito melhor do que é feito hoje e isso não significa gastar mais, mas sim aplicar de maneira mais inteligente verbas que hoje já estão alocadas, como a taxa de corretagem.

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E o pontapé para isso está em se antecipar aos episódios de doenças (principalmente as crônicas e de alto custo) para escolher o produto de mercado que melhor atende a sua população em específico e, em paralelo, promover qualidade de vida e bem estar por meio da orientação do beneficiário quanto a melhor utilização do plano de saúde e evitar situações extremas.

É claro que a tecnologia tem auxiliado (e muito) na transformação desse cenário ideal para um mundo bastante real por meio da sua capacidade preditiva e analítica. A gestão dos custos passa por etapas propiciadas pela inovação, como o conhecimento de longo prazo. Mas, não são apenas números. O sucesso do assunto passa obrigatoriamente pela personalização e pela experiência do paciente, que é o coração da mudança que a inteligência orienta.

Na prática, não é apenas entregar o benefício saúde como um cartão de identificação e um livrinho de opções. Toda essa história é sobre acompanhar a trajetória médica individual para o quanto antes encontrar padrões que demonstrem qualquer sinal de problema com o intuito de orientar e fornecer apoio para que seja tirado o máximo do proveito do recurso que ele tem nas mãos.

Isso inclui, por exemplo, orientá-lo quanto ao melhor prestador de serviço cadastrado para atender a sua particularidade na intenção de que ele tenha total suporte e qualidade no tratamento, diminuindo chances de reinternação, que representa um ponto de desperdício para o investimento, ou ainda pensar em modelos de incentivo de prevenção mais inteligentes, como adotar diferentes políticas de coparticipação em casos crônicos ou grupos de risco. Na prática, é algo como zerar o custo adicional dos exames e das consultas pertinentes aos diabéticos para que eles sejam estimulados a realizar o controle rígido com o objetivo de que o quadro não evolua para situações mais graves.

A junção entre a cobertura correta e o ganho em qualidade de vida e bem-estar gera, como consequência, menores reajustes anuais. Então, invertemos o jogo: com uma gestão eficiente, as chances de termos populações bem assistidas e extremamente saudáveis ampliam e, com isso, os gestores alcançarão níveis de reajuste com as operadoras abaixo das médias de mercado, propiciando a sonhada sustentabilidade com a qualidade mantida.

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