Artigo

O potencial transformador da gameficação

Por Mariane Guerra

de Redação em 16 de junho de 2018

Por Mariane Guerra, vice-presidente de Recursos Humanos Latam na ADP

Mariane Guerra, vice-presidente de Recursos Humanos Latam na ADP

Convido você a parar e refletir por um momento sobre como a sua empresa faz para engajar os colaboradores nas ações propostas, sejam as que envolvem apenas o público interno ou naquelas que pedem a participação da sociedade. Se você somente conseguiu resgatar na memória exemplos burocráticos, com comunicações por e-mail ou em plataformas digitais, faço outro convite: vamos rever esses conceitos? Que tal trazer uma visão lúdica para esse cenário?

Estudos revelam que desde que as sociedades surgiram, os jogos se tornaram uma forma de interação, adaptados a cada época, valor e propósito, fosse ele ascensão social, passatempo ou diversão. Segundo o historiador francês, Philippe Áriès, era uma forma de estreitar os laços coletivos.

Agora imagine o potencial dos jogos na sua empresa. A gameficação, como está sendo chamada a inserção de jogos no ambiente corporativo, está muito longe do mero entretenimento. Tem um potencial enorme para quebrar barreiras, facilitar a troca de ideias entre gerações, contribuir para que os millennials se sintam acolhidos e respeitados, reforçar a motivação, melhorar o desempenho e dar uma nova cor e significado ao ato de trabalhar, mostrando que a diversão também pode estar na rotina diária e que não é preciso basear toda a estrutura na burocracia para ter um serviço de excelência, colaboradores e clientes satisfeitos e resultados altamente positivos.

A gameficação também facilita a criação de um ambiente propício para a criação e inovação. E todos sabemos que atitudes inovadoras ganham espaço no mercado, ainda mais quando vêm acompanhadas de gestão sólida e de times motivados e colaborativos, prontos para atender muito bem antigos e novos clientes.

Para deixar essa visão mais clara, vou contar como adotamos a gameficação na ADP e quais foram os resultados. Na pesquisa de NPS (Net Promoter Score) que realizamos periodicamente com nossos colaboradores, para avaliar a satisfação deles em trabalhar na companhia, notamos um grande salto no quesito Comunicação e Interação depois que adotamos iniciativas baseadas em jogos.

Uma delas foi o Rally Social. Assim como uma competição de carros, em que o vencedor é quem chega primeiro, dividimos a empresa em equipes de 25 a 30 pessoas, escolhidas de forma aleatória, onde todas tinham o mesmo objetivo e a equipe vencedora seria aquela que conseguisse arrecadar mais dos itens pedidos em um prazo de oito meses. O mais bacana é que todos se enxergam como um grande time e se ajudam, por um objetivo comum e maior do que qualquer premiação. Além disso, estimulamos o aprendizado porque os líderes das equipes não podem assumir cargos de liderança na ADP. Esses diferenciais e sentido de equipe possibilitaram que, em um mês, fossem arrecadados lacres de latas para a produção e doação de seis cadeiras de rodas e mais de 5 mil livros por ano para doação, entre outras ações que ocorrem mensalmente dentro da competição.

O Programa de Integração de novos colaboradores da ADP também foi 100% remodelado e transformado em um jogo, onde os facilitadores já não passam mais as informações sobre a empresa, mas o novo colaborador embarca em uma aventura aeroespacial onde ele precisa reconstruir a história da empresa, descobrir as informações sobre produtos, estratégia, mercado, etc. Com isso, o que seria um dia monótono de apresentações, passou a ser um dia divertido e leve onde as pessoas não só aprendem como também se apropriam do conteúdo e constroem relacionamentos.

Outra iniciativa bem interessante que temos na empresa é o reconhecimento dos pares. Assim, qualquer pessoa, independente da função que ocupa, pode reconhecer o colega de trabalho por meio do aplicativo My Moment. As declarações são vistas por todos e contribuem para reforçar a importância do colaborador na empresa, além de ajudar a criar uma verdadeira cultura de reconhecimento e propagar o poder que tem um “muito obrigado”!

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