O que cada um pensa

de em 17 de março de 2011

Quem se preocupa mais com questões como a globalização e a sustentabilidade? Quem mais se compromete com elas? Numa pesquisa recente, a área de consultoria da IBM identificou que os profissionais da chamada geração Y estão mais atentos a esses temas do que os CEOs. A consultoria chegou a essa conclusão após comparar os resultados das pesquisas Global Student Study e a Global CEO Study 2010.

Aplicada pela primeira vez ao público universitário, a pesquisa contou com a adesão de 3,6 mil estudantes de 40 países, incluindo o Brasil, e revela que enquanto 31% dos presidentes acreditam que as empresas deveriam otimizar suas operações globalizando e não centralizando suas ações, entre os estudantes esse número sobe para 48%.

A globalização também foi considerada por 55% dos estudantes entrevistados como a força externa que deverá ter maior impacto nas empresas durante os próximos cinco anos, enquanto os CEOs elegeram para a posição o item “fatores de mercado”, com 56% dos votos.

Os estudantes também citaram o tópico “questões ambientais” como uma das principais forças externas de impacto aos negócios. Enquanto 65% deles demonstram preocupação relacionada à escassez de recursos naturais, apenas 29% dos CEOs se mostraram atentos a esse fator.

Para os presidentes que participaram do segundo estudo mencionado no início deste texto, a globalização e as questões ambientais não deverão causar o impacto sugerido pelos estudantes. Os CEOs acreditam que fatores tecnológicos, macroeconômicos, questões relacionadas à mão de obra e regulatórias devem ser considerados como forças mais expressivas que as identificadas pelos universitários.

Segundo Alejandro Padron, consultor da IBM Brasil, apesar de os estudantes terem opiniões em comum com os CEOs em termos de visão sobre o novo ambiente econômico e como as organizações devem se comportar nesse cenário, algumas divergências mostram que as atitudes, comportamento e estilo de liderança dessa geração devem ser claramente diferentes das anteriores. “A preocupação com a sustentabilidade é uma característica típica dessa geração, que já nasceu em um ambiente de valorização do consumo consciente. Eles querem mais do que um produto ou serviço de qualidade, querem se identificar com os valores da empresa. Os futuros líderes devem olhar esse tema com muito mais atenção do que os atuais olham atualmente”, completa.

Cada cabeça uma sentença
As principais forças externas que deverão ter mais impacto nas empresas nos próximos cinco anos, na visão de Ys e presidentes:
Geração Y CEOs
65%
apontam as questões ambientais
29%
relataram as questões ambientais
55%
afirmam que é a globalização
56%
indicam “fatores de mercado”

 

E por falar em jovens…
Os Zs estão chegando. Mas como serão eles?
Aguarde: em breve, o ambiente corporativo deverá presenciar a entrada da chamada geração Z no mercado de trabalho. Nascidos em meados dos anos 1990, as pessoas desse grupo são dinâmicas, inovadoras e intimamente ligadas às novas tecnologias. Atualmente, esses jovens são consumidores exigentes e estão em busca de empresas que desenvolvem atitudes diferenciadas. Mas como serão esses indivíduos quando já estiverem no mercado de trabalho? O que podemos esperar dos futuros colaboradores e líderes das organizações?

Segundo o consultor da área de desenvolvimento de competências Gilberto Wiesel, essa nova geração promete, nos próximos anos, revolucionar os ambientes de trabalho. Envolvidos diretamente com as novas ferramentas digitais, como mídias sociais, os Zs são ágeis e profundamente ansiosos por mudanças. Tais características, de acordo com Wiesel, são positivas e trarão benefícios às empresas no futuro. “Conhecendo a maneira dinâmica com que eles lidam com muitas situações, acredito que esses futuros profissionais serão, antes de tudo, funcionários multitarefa”, opina.

Por outro lado, o consultor ressalta que essa rapidez poderá ser um ponto prejudicial à carreira dos futuros profissionais. Ele explica que o dinamismo excessivo dos jovens, a busca por soluções muito rápidas podem transformar esses colaboradores em funcionários dispersos e com baixos níveis de foco e concentração.

Para ele, a entrada da “geração do futuro” no mercado deve provocar mudanças no modo como as empresas atuam, tanto na forma de atendimento aos clientes quanto na relação entre os funcionários. Afinal, estudos recentes apontam, por exemplo, que 20% dos jovens da geração Y, anterior à Z, já ocupam cargos de liderança em grandes empresas. Por isso, ele alerta que os estores devem se preparar desde já para a chegada dessa nova geração, tecnológica, inquieta e, principalmente, dinâmica.

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