Gestão

O RH no PDV

de Luis Henrique Stockler em 10 de janeiro de 2014

Pode parecer extremo, mas é comum constatar discriminação contra o RH em algumas empresas, principalmente por ainda ser confundido como uma área burocrática para resolver problemas e questões relacionadas especificamente à folha de pagamento, contratação e demissão. Essa visão míope influencia diretamente na sua participação junto às decisões estratégicas e interdepartamentais, o que é um risco para o sucesso de qualquer ação que exige participação e envolvimento dos clientes internos ou externos da companhia. Essa cultura dá-se pelo fato de muitas ainda entenderem que recursos humanos são a mesma coisa que departamento pessoal. Um erro gravíssimo, ao se levar em conta que vivemos em uma era de informação instantânea, na qual as áreas devem estar conectadas e alinhadas frente às ações de marketing que circundam um negócio.

A área de marketing, por exemplo, via de regra acaba se esquecendo de acionar o RH antes de planejar suas campanhas, promoções, entre outras atividades inerentes a ela. Nesse sentido, é preciso haver uma mudança de comportamento nas duas esferas. O marketing precisa se relacionar melhor com RH, já que seu papel- base é esse, o relacionamento, e o RH, por sua vez, precisa sair dessa seara operacional e passar para o estratégico, uma vez que ele detém sob seu guarda-chuva uma potencial massa de multiplicadores: funcionários, terceirizados, parceiros entre outros.

Entrando um pouco mais nos detalhes, em campanhas de marketing, principalmente quando estas estão associadas às vendas, a comunicação interna deve encabeçar a lista de prioridades, tudo para que a estratégia estabelecida seja efetiva e gere resultados. Espera-se, então, por parte do marketing, um planejamento prévio com a definição de quem serão os envolvidos, atingidos direta ou indiretamente pelo que será colocado em prática, da fábrica até o PDV, passando por toda a operação: logística, representação, vendas, enfim, toda a cadeia produtiva, os departamentos internos da empresa, incluindo o RH.

Definidas essas etapas, o RH entra em ação multiplicando e definindo a forma de passar o conceito da campanha de acordo com cada público, de maneira direta e objetiva, fazendo-os entender seus papéis dentro do jogo. Isso é o que se espera e o que realmente faz um RH estratégico. Compartilhar tarefas entre áreas não pode ser visto como um pecado corporativo, mas sim como uma ação que une forças em prol de resultados mais efetivos.

Num mundo como o de hoje, com pessoas se tornando consumidores cada vez mais cedo e deixando de consumir cada vez mais tarde, com o volume extraordinário de compra atual, não é possível que o varejo abra mão de trabalhar vários quesitos de forma integrada. O dever de casa tem como objetivo vender bem, que significa agradar o consumidor, para vender sempre. A experiência de compra deve ser positiva, para poder se concretizar em resultados para o varejista em repetidas oportunidades, pois, para o varejo, consumidor bom é consumidor que volta.

Luis Henrique Stockler é sócio-diretor da Ba} Stockler

 

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