Olhar para a frente

de em 7 de agosto de 2012






As empresas brasileiras têm consciência da importância da capacitação da sua mão de obra, mas investem pensando apenas na eficiência no curto prazo. Essa é uma das conclusões do levantamento feito pela Fundação Dom Cabral no Brasil para a elaboração do ͍ndice de Competitividade Mundial 2012 (World Competitiveness Yearbook – WCY), elaborado pelo International Institute for Management Development (IMD). Segundo o coordenador do Núcleo de Inovação da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda, as companhias nacionais investem em capacitação para se manterem competitivas, e não para dar um salto para o futuro. “Não há o pensamento de mudar a geração de valor para o futuro, e o país continua a ser um exportador de commodities”, afirma. Ele conta que as empresas capacitam seus profissionais com o objetivo de assegurar as operações do dia a dia, atingindo apenas o nível “suficiente” de produtividade. Nesse contexto, a inovação fica de lado.

Por esse motivo, a produtividade é o item que mais prejudicou a avaliação do Brasil no ranking de competitividade elaborado pelo IMD. O estudo mostra que os trabalhadores que foram incluídos no mercado de trabalho brasileiro nos últimos anos não têm gerado riqueza para o país de forma compatível devido Í  baixa qualificação. Isso é causado pela deficiência histórica no ensino básico. “O emprego não está gerando riqueza na mesma proporção porque cresce em áreas de baixa qualificação técnica e pouca agregação de valor”, explica o professor.

Apesar dos pontos fracos, a pesquisa do IMD fez avaliações satisfatórias do Brasil em outros quesitos, como a boa geração de oportunidades de emprego em todos os níveis e a redução do número de greves. O único ponto preocupante em relação ao emprego é a baixa oferta de profissionais de engenharia, tecnologia e tecnologia da informação. Mesmo com um marco regulatório do trabalho defasado, o Brasil registra boa avaliação no seu mercado de trabalho, com níveis aceitáveis de rotatividade e ausências no serviço. No ranking geral de competitividade, o país ocupa o 46º lugar em 2012. O estudo é publicado anualmente desde 1979, e avalia as condições de competitividade de 59 países a partir da análise de dados estatísticos nacionais e internacionais e uma ampla pesquisa de opinião realizada junto a executivos. O decréscimo do Brasil no ranking vem ocorrendo desde 2010, quando ocupava o 38º lugar. No ano seguinte caiu para a 44ª posição e, em 2012, desceu Í  46ª colocação. Neste ano, o estudo aponta Hong Kong, EUA e Suíça como as economias mais competitivas do mundo.

Raio X da eficiência e performance
O Brasil no World Competitiveness Yearbook 2012




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