Partilha coerente

de Gabriel Jareta em 21 de setembro de 2011

Quando se fala em “compartilhar” dentro de uma organização, o que exatamente está no campo de visão do RH? Na Volvo do Brasil, significa estabelecer uma política justa de remuneração e benefícios, de acordo com os esforços pessoais, e tornar comum os resultados, as conquistas e o reconhecimento. Para isso, não bastam iniciativas pontuais voltadas para esse fim, mas sim um conjunto de práticas construído e solidificado ao longo do tempo. “Essa construção não se faz do dia para a noite. Precisa ser consistente e ter coerência entre as partes”, afirma o diretor de RH da empresa, Carlos Ogliari.

Desde 1999, a Volvo adota o modelo de gestão de competências para acompanhar a evolução de carreiras, salários e formação. Esse modelo foi revisto em 2004 e hoje os funcionários conseguem enxergar as necessidades futuras da organização e da própria carreira. A empresa também permite livre acesso, via intranet, aos descritivos de cargos e faixas salariais para qualquer trabalhador. O programa de Participação nos Lucros e Resultados também é inovador e trabalha com três blocos de objetivo que se ajustam ao desempenho de cada um. Em 2009, foram pagos, em média, cerca de 2,31 salários por funcionário. “Ao discutir o indivíduo, o gestor está compartilhando metas e objetivos, mas sempre atrelado ao desenvolvimento pessoal”, diz Ogliari. A empresa também mantém uma iniciativa chamada PBP (Personal Business Plan, ou Plano de Trabalho Pessoal), que também contempla as possibilidades da carreira dentro da companhia.

A Volvo também procura ter uma forte atuação social como parte da estratégia de compartilhar seus resultados – e também compartilhar com a sociedade as preocupações da empresa em relação à segurança ou ao meio ambiente. Em 2009, foram destinados 7,7 milhões de reais para projetos culturais, sociais e esportivos. Um desses exemplos é o Programa Volvo de Segurança no Trânsito, considerada a mais duradoura campanha do tipo na indústria brasileira, e que envolve ações educativas e de conscientização sobre o trânsito seguro. “Já passamos por crise, mudança de moeda, tempo de vacas gordas e o programa continua. O problema da falta de segurança no trânsito está muito ligado ao cuidado com as pessoas”, observa o diretor. Outras ações sociais importantes são a Fundação Solidariedade, que recebe crianças em situação de vulnerabilidade em casas-lares com atendimento multidisciplinar, e o Centro Volvo Ambiental, que reúne uma série de ações de conscientização ecológica com o uso de teatro e oficinas de artesanato.

Para Ogliari, essas ações estão longe de ser encaradas pela companhia como apenas projetos de marketing, uma vez que estão atreladas aos valores da Volvo e fazem parte de uma política mais ampla. “Elas se refletem no orgulho de pertencer à organização. Nossos funcionários as legitimam e em todo lugar são embaixadores da empresa”, conclui.

Compartilhe nas redes sociais!

Enviar por e-mail