Possíveis pancadas de chuva

de em 14 de setembro de 2009

Os efeitos, em maior ou menor grau, ainda estão sendo desenhados, mas já é possível analisar de que forma a repercussão da crise mundial tem influenciado no clima organizacional das empresas. Para ter uma ideia desses reflexos, a DBM, consultoria especializada na gestão do capital humano em momentos de transição, promoveu levantamento junto a 115 executivos de companhias de pequeno, médio e grande porte, de capital nacional ou multinacional em operação no Brasil, sendo, na sua maioria, executivos de gerência, diretoria, chefia intermediária até CEOs.

Segundo os dados colhidos, a grande maioria dos profissionais considera que a crise impactou o clima organizacional da empresa na qual trabalha. Para 39% dos entrevistados, o clima piorou por conta dos ajustes que foram feitos para fazer frente aos períodos turbulentos. Já 24% consideram que, apesar de a companhia em que atuam não ter promovido mudanças drásticas, o clima piorou como em todo ambiente de negócios no Brasil. Na contramão, 21,7% afirmaram que o cenário econômico mundial praticamente não afetou a empresa para a qual trabalham e, por consequência, não houve alteração no clima organizacional. Para apenas 11,3%, a despeito dos cortes,
a empresa soube manter o clima interno.

Quando questionados sobre o esforço da companhia em manter o clima organizacional no momento atual da crise, 60 executivos (ou 52,2% da base pesquisada) consideram insuficiente ou regular a estratégia adotada, enquanto 51% avaliam como corretos os procedimentos colocados em prática por sua organização neste momento. Apenas quatro executivos (3,5%) consideram como elevados os esforços em torno da manutenção de um bom relacionamento interno.
 
Na prática

Para a maioria dos entrevistados pela DBM, diretores e até o presidente não têm transmitido entusiasmo e motivação para os seus subordinados de uma forma eficaz, a fim de colaborar para um bom clima interno: 48,7% dos executivos consideram regular o esforço de seus superiores, enquanto 27,8% julgaram ineficiente o trabalho em torno de uma boa manutenção do clima organizacional. Apenas 27 dos executivos avaliaram como além das expectativas o trabalho de diretores e presidente.

No que diz respeito à comunicação interna, 29,6% dos pesquisados consideraram insuficiente a forma com que se tem zelado pela transparência das ações para que não houvesse ruídos em torno de possíveis demissões. A maioria dos entrevistados considerou regular, enquanto 20,9% julgaram eficiente o processo de comunicação interna de sua empresa no momento de crise. A maioria dos executivos, no entanto, considerou insuficiente ou regular a forma com que a comunicação interna cuidou para que o clima interno não sofresse alterações drásticas, depois dos ajustes necessários.

De acordo com o levantamento, a maioria dos entrevistados considera regular a forma como os executivos têm buscado estimular os profissionais para que eles sintam seu potencial devidamente reconhecido. Já para 31,3%, essa atitude tem sido insuficiente. Quando questionados sobre o estímulo de seu superior para uma efetiva cooperação entre todos os funcionários, de maneira a criar um clima interno mais saudável, 78,3% avaliaram como regular
ou ineficiente.

Dos 115 executivos entrevistados, 60 apontaram como regular o preparo de suas lideranças em tomar decisões rápidas de acordo com as necessidades dos funcionários, o que dá confiança de que o clima será bem gerido. Outra fatia (32,2%) julgou esse preparo como ineficiente, enquanto apenas 15,7% apontaram como além das expectativas.
 
Indivíduo
Para a maioria dos profissionais envolvidos na pesquisa, as empresas nas quais atuam não estimulam o crescimento individual dos funcionários de uma maneira correta neste momento de turbulência. Parcela de 84,4% considera regulares ou ineficientes os esforços da empresa em torno deste tema.

No quesito remuneração, 79 executivos, ou 68,7%, consideraram como regular o grau de competitividade de seus salários, enquanto 21,7% apontaram como ineficiente a manutenção de seus salários combativos frente aos concorrentes. Quando questionados se estão sendo recompensados pela maior quantidade de trabalho depois da crise, a enorme maioria considera ruim, ou seja, regular ou ineficiente, a forma com que as companhias estão premiando os esforços de seus funcionários no atual momento.

O clima azedou

… para 39% dos entrevistados o clima organizacional piorou por conta dos ajustes que
as empresas foram obrigadas a fazer

… mas para 21,7% o cenário econômico mundial não afetou em nada o clima

 

Quem não se comunica

29,6% dos pesquisados consideraram a comunicação interna insuficiente para evitar ruídos em torno de possíveis demissões

 

Exemplo de cima

…. para a maioria dos entrevistados, diretores e até o presidente não têm transmitido entusiasmo e motivação para os seus subordinados para colaborar para um bom clima interno

32,2% julgaram o preparo de suas lideranças em tomar decisões rápidas, de acordo com as necessidades dos funcionários, o que dá confiança de que o clima será bem gerido, como ineficiente

 

Nem precisava perguntar

Ao serem questionados se estão sendo recompensados pela maior quantidade de trabalho depois da crise, a enorme maioria considera ruim, ou seja, regular ou ineficiente, a forma com que as companhias estão premiando os esforços de
seus funcionários no
atual momento

Compartilhe nas redes sociais!

Enviar por e-mail