Procuram-se profissionais

de em 11 de junho de 2014

O mercado para o segmento de recrutamento e seleção parece destoar das análises pessimistas, ou apenas realistas, de outros setores. Há um clima de otimismo no ar como é possível perceber a partir dos especialistas ouvidos por MELHOR. “As empresas estão contratando de maneira regular e estão aproveitando, sobretudo, o primeiro semestre para garantir o seu planejamento, tendo em vista os eventos futuros, como Copa do Mundo e eleições, que podem gerar indefinições em certos setores da economia”, diz Fernando Marucci, sócio e diretor da Asap Recruiters para a indústria. “Apesar de janeiro e fevereiro terem sido meses menos dinâmicos, desde o retorno do carnaval percebemos uma demanda aquecida”, afirma Fernando Mantovani, diretor de operações da Robert Half no Brasil.

Uma das explicações para essa avaliação positiva está na movimentação natural de muitas empresas, no início do ano, substituir profissionais que não desempenharam de acordo com o esperado. “Isso acontece principalmente com empresas multinacionais americanas de capital aberto, que são mais rigorosas ao medir resultados de seus executivos”, diz Ana Claudia Reis, sócia da CTPartners. Ela conta que 2014 começou melhor do que era previsto. Setores como varejo, life sciences, seguros, internet e serviços continuam aquecidos e contratando. “As firmas de private equity também seguem adquirindo empresas no Brasil e, nesse sentido, admitindo profissionais para as empresas de seus portfólios de investimentos”, acrescenta.

#L# Ao mesmo tempo que o mercado está aquecido, e, em muitos casos, muitas vagas estarem abertas, um estudo recente realizado pelo LinkedIn em parceria com a PwC constata que, por conta das mudanças econômicas, novas demandas estão surgindo no mercado, mas os profissionais e as empresas não estão preparados para esse novo contexto, o que gera uma lacuna entre as competências existentes e as necessárias. “Esse desencontro custa 150 bilhões de dólares à economia global, além de comprometer a competitividade das empresas com a perda de produtividade”, diz Bernardo Brandão, diretor de marketing das soluções de talentos do LinkedIn. Confira, a seguir, o que há de tendência em recrutamento e seleção:

Ana Claudia Reis
Ana Claudia Reis, sócia da CTPartners Seletividade e rigor

Processos mais estruturados
As empresas têm estruturado melhor suas áreas de R&S para garantir processos mais elaborados e atender melhor às demandas por novos profissionais. As multinacionais têm selecionado seus parceiros externos de recrutamento e seleção de forma centralizada, global ou regional, assegurando, desse modo, um atendimento mais rápido e personalizado de suas necessidades por parceiros alinhados aos seus desafios e à sua cultura da organização. Temos observado que as contratações estão mais rápidas nesse início de ano, ao contrario do último ciclo. Em 2013, os processos de recrutamento e seleção mostraram-se mais lentos, com a definição do candidato finalista muitas vezes postergada por longos períodos. Verificamos que, em alguns casos, esta aceleração está relacionada especificamente com os eventos previstos para 2014, a exemplo da Copa do Mundo e das eleições presidenciais, uma vez que, de alguma forma, as empresas querem garantir suas contratações e seus resultados antecipadamente. 
Ana Claudia Reis, sócia da CTPartners

Seletividade e rigor
Acredito que uma forte tendência seria a de maior seletividade e rigor nos processos de recrutamento. Com a perspectiva de um crescimento econômico menor, as empresas querem se prevenir de cometer erros de contratação, e por isso tendem a ser mais rigorosas nos processos. Acredito que as redes sociais são uma ferramenta extra, que tem relevância, até por ser um elemento novo nos processos. Em uma cultura como a brasileira, em que o contato pessoal é importante, nada substitui as entrevistas presenciais e a necessidade de filtragem de um volume grande de possibilidades. Na nossa visão, são insuperáveis as indicações vindas de bons profissionais do mercado e a checagem aprofundada de competências e referências, algo que uma rede social não é capaz de fazer.

Fernando Mantovani, diretor de operações da Robert Half no Brasil

Bernardo Brandão
Bernardo Brandão, diretor de marketing das soluções de talentos do LinkedIn

Pelas redes
Cada vez mais as redes sociais profissionais têm exercido um papel fundamental no auxílio aos profissionais de recursos humanos em processos de recrutamento e seleção. Elas auxiliam na busca pelo talento ideal, com as competências específicas necessárias para uma vaga, e que não necessariamente estaria de forma espontânea à procura de uma nova oportunidade. No Brasil, de acordo com informações pesquisadas pelo LinkedIn, apenas 20% dos candidatos na rede estão ativamente buscando por emprego – desempregados ou pessoas que gostariam de mudar para um novo trabalho. Por outro lado, 65% dos usuários do LinkedIn são candidatos passivos – estão empregados e, apesar de não estarem ativamente em busca de novos desafios, estão abertos para receberem novas propostas de trabalho. Isso representa uma enorme oportunidade para que recrutadores encontrem os melhores talentos em meio a 300 milhões de usuários, sendo 17 milhões no Brasil.
Bernardo Brandão, diretor de marketing das soluções de talentos do LinkedIn

Mapeamento de mercado
O foco constante é a qualidade, pois os clientes estão cada vez mais exigentes. Uma tendência importante é o mapeamento de mercado, pois ele é feito para dar mais embasamento ao processo de recrutamento e seleção, se tornando uma grande ferramenta na tomada de decisão entre consultoria e cliente na busca pelo melhor profissional do mercado para a posição demandada. Acredito que as redes sociais ainda não se firmaram como grande ferramenta. Elas, por enquanto, têm sido apenas uma ferramenta de busca, não de seleção. Apesar do advento de muitas plataformas, como o LinkedIn, nada substitui a competência de uma consultoria na avaliação técnica de um profissional.
Fernando Marucci, sócio e diretor da Asap Recruiters para a indústria

Mário Kaphan
Mário Kaphan, fundador da Vagas Tecnologia

Alinhamento à cultura
Percebo um movimento de qualificação dos processos seletivos. As empresas investem cada vez mais tempo e recursos para identificar as competências comportamentais e alinhamento à cultura organizacional. Recrutar pelo técnico e desligar pelo comportamental me parece não ser mais aceitável. Em relação às redes sociais, acredito que elas funcionam como uma ferramenta de banco de dados. Encontrar as pessoas atualmente é muito simples. A complexidade do processo seletivo está em verificar a aderência à cultura e aos valores da companhia. Este alinhamento é fundamental para que a relação empregado e empregador seja duradoura.
Ricardo Haag, gerente executivo da Page Personnel

Refinar as ferramentas
Uma tendência é refinar as ferramentas para que as empresas encontrem os talentos certos para sua empresa, não só por competência técnica, mas também por afinidade com seus valores, sua postura comportamental. Tudo isso com mais agilidade e eficiência. Nesse sentido, acredito que as redes sociais podem contribuir muito, pois são canais fundamentais para exposição da marca das empresas como empregadoras (employer branding).
Mário Kaphan, fundador da Vagas Tecnologia




Thinkstockphotos

O Brasil tem um cenário otimista para a contratação de profissionais em 2012. O surgimento de vagas ligadas aos setores de desenvolvimento do país e aos eventos esportivos nos próximos anos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, dão destaque para diversos segmentos. Enquanto a zona do euro enfrenta um momento sensível, a situação do Brasil se mostra favorável, principalmente nos setores de infraestrutura, serviços, tecnologia, comércio e energia.
 
Segundo os especialistas da Hays Recruiting experts worldwide, a contratação de profissionais continuará em alta, embora sejam esperadas atitudes mais conservadoras das empresas principalmente no primeiro trimestre. “Observamos que as empresas, em especial as multinacionais com forte atuação na Europa, se mostram mais cautelosas em termos de contratações devido, em grande parte, Í s experiências vividas na crise econômica de 2008”, afirma Luiz Valente, diretor geral da consultoria no Brasil. Para o executivo, apesar de tais empresas observarem o mercado com cautela, não deixam de olhar para o Brasil como foco de investimentos, justamente pelo bom momento que o país atravessa.
 
Veja as perspectivas para cada segmento de acordo com os consultores da Hays:
 
Serviços
O setor já vivencia um momento de expansão. Diversas redes de hotéis, por exemplo, que já possuem atuação no Brasil, buscam expandir as suas operações e outras estão buscando estabelecer-se no país. De acordo com dados da prefeitura do Rio de Janeiro, a previsão é que, até 2014, 36 novos hotéis sejam inaugurados e a contratação de mão de obra para suprir o setor será fundamental. 
 
Petróleo e gás e energia
Os setores estão em expansão em todo o país, com grande crescimento nas regiões do Rio de Janeiro, Santos (SP) e Nordeste. Todos os projetos já iniciados pelas empresas são de longo prazo e alto investimento e, por conta disso, a maioria seguirá independente de um cenário externo desfavorável. Todos esses projetos são intensivos de mão de obra, principalmente nas fases atuais de construção, e o aumento de demanda de profissionais qualificados será visível. O perfil mais solicitado será o de gerente de contrato e projetos e profissionais que tenham a capacidade e conhecimento técnico para gerenciar trabalhos de grande porte e muito específicos.
 
Tecnologia da Informação
A área cresce a cada dia e a demanda de ofertas de empresas está grande, porque as organizações dos mais diversos segmentos requerem profissionais de TI, que cada vez mais são considerados parte da estratégia. Profissionais com curso de capacitação, técnicos e superiores são os mais procurados.
 
Logística
Os profissionais dessa área terão oportunidades com a proximidade de eventos internacionais como Copa do Mundo e Olimpíadas. Atuarão desde a ampliação e construção dos aeroportos até no reforço e ampliação dos portos para escoamento internacional de mercadorias e viabilização do movimento de bens internamente. Os profissionais de logística devem estar atentos Í s novas tendências de mercado, pois a área não tem mais como foco principal a execução de atividades operacionais. Embora esse seja um setor que exija extrema capacidade analítica e envolva muitos processos, também são essenciais habilidades comportamentais de negociação e de relacionamento interpessoal.


#Q#
 
Agronegócio
Hoje o profissional que atua na área lida com oportunidades cada vez mais atrativas, pois muitas empresas do segmento são adeptas da remuneração variável e boas recompensas. Os executivos desse setor estão na vanguarda da modernização do setor, que pede profissionais qualificados com o domínio de uma segunda língua, pois a chegada de multinacionais ao país só tende a aumentar nos próximos anos, com demanda para perfis com forte capacidade de gestão, empreendedorismo e espírito de equipe.
 
Construção civil
A área responsável pela infraestrutura terá um cenário bastante aquecido, devido Í s obras para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. As empresas buscam profissionais com experiência e muitos brasileiros que atuavam fora do país estão voltando devido Í s oportunidades criadas pelas empresas.
 
Indústria
As indústrias de base, como as de siderurgia, aço e cimento deverão registrar crescimento no próximo ano. Os profissionais que mais terão destaque no setor serão os engenheiros formados em projetos, engenheiros de minas e até mesmo na parte comercial.
 
Varejo e consumo
As medidas do governo de redução de IPI, aliadas ao contexto de festas de final de ano e incremento salarial por meio de bônus e 13º salários, atuaram para o aquecimento da economia nesse final de 2011 e já impactaram no desempenho dos setores para 2012. No segmento de varejo, o mercado empreendedor de franquias e microfranquias deve ganhar mais espaço. Tendo em vista possíveis impactos da crise econômica, as ações de consumo voltadas para os públicos das classes A e B, menos sensíveis Í s oscilações da economia, ganharão impulso nos segmentos de vestuário, moda e cosméticos.
 
Ciências da vida
A indústria farmacêutica – especialmente as multinacionais instaladas no país – começará 2012 com maior foco em competitividade para suprir o impacto da perda de importantes patentes. Haverá maior agressividade comercial e demanda por profissionais da área de trade marketing para melhorar a relação com as redes de farmácias. As empresas de medical devices (equipamentos médicos) estarão com foco na profissionalização de seus colaboradores para acompanhar as mais modernas práticas de gestão utilizadas por laboratórios, hospitais e planos de saúde.      

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