Gestão

Quanto mais cedo melhor

de em 7 de agosto de 2012





A maioria dos executivos é avessa ao risco em seus planos de remuneração, prefere os incentivos de curto prazo e rejeita planos muito complexos. Isso foi o que concluiu o estudo Making executive pay work: the psychology of incentives, realizado pela PwC em parceria com a London School of Economics and Political Science (LSE). A pesquisa, elaborada a partir de entrevistas com 1.106 executivos de 43 países, sendo 56 do Brasil, também revelou que os profissionais da América Latina são aqueles que aceitam os pacotes mais arrojados. Entre os brasileiros, 35% mostraram-se interessados em trocar um salário fixo por um bônus variável, porém mais significativo. Mas essa disposição fica restrita a situações em que a soma é bem elevada e é oferecida como um rendimento extra, não como salário. Por outro lado, os britânicos e os australianos lideram aqueles que preferem modelos mais conservadores: apenas 15% mostraram-se inclinados a aceitar esse tipo de troca. 

Para o sócio da PwC João Lins, a descoberta coloca um ponto de interrogação sobre a eficácia dos incentivos de longo prazo, como os bônus diferidos ou os planos baseados em ações. Apesar de defendidos pelos acionistas, reguladores e órgãos de governança corporativa como uma poderosa forma de influenciar o comportamento dos executivos, alguns tipos de incentivo não são tão valorizados por quem os recebe. Os profissionais tendem a utilizar uma taxa de desconto muito superior Í  de mercado na hora de calcular o valor presente do incentivo de longo prazo. “É difícil ver como uma remuneração que tem baixo valor na percepção dos executivos possa ter uma influência significativa na postura desses profissionais”, comenta. “Por isso, espera-se que a pressão por aumentos efetivos nos salários seja cada vez maior”, diz. O levantamento apontou que os benefícios de longo prazo tornaram-se tão complexos e voláteis que já não motivam os profissionais. Aproximadamente dois terços dos executivos ouvidos pelo estudo afirmaram valorizar uma participação nos lucros das companhias das quais eles fazem parte, mas menos da metade considera efetiva a maneira como o incentivo é oferecido – os países em que se verificou a melhor avaliação desse tipo de bonificação foram exatamente aqueles nos quais o bônus possui um formato mais simples.


Justiça aos pares
A pesquisa também avaliou a importância da percepção de justiça em relação aos pares na forma de remuneração. A maioria dos profissionais aceitaria ganhar menos em termos absolutos desde que a quantia fosse maior que a recebida por seus pares. Somente um quarto dos entrevistados optaria por uma remuneração maior em termos absolutos, mas inferior Í  dos profissionais na mesma posição. Mas a questão financeira não é tudo para os executivos. Os participantes do estudo garantiram que estariam dispostos a abrir mão, em média, de até 28% de seus rendimentos para terem o emprego dos sonhos. O resultado desse quesito foi bem consistente em todo o mundo: o menor corte aceito foi o proposto pelos executivos indianos (24%), enquanto o maior partiu dos norte-americanos (35%).







Para inglês ver?

35% dos brasileiros mostraram-se interessados em trocar um salário fixo por um bônus variável mais significativo – desde que a soma seja bem elevada e oferecida como um rendimento extra, não como salário. Os britânicos, por sua vez, preferem modelos mais conservadores: apenas 15% topam esse tipo de troca.







Maior que o seu

A maioria dos profissionais aceitaria ganhar menos em termos absolutos desde que a quantia fosse maior que a recebida por seus pares. Apenas 25% dos entrevistados optariam por uma remuneração maior em termos absolutos, mas inferior Í  dos profissionais na mesma posição. 

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