Ser perfeito ou excelente?

de Redação em 26 de janeiro de 2017

Ir em direção à excelência significa querer expandir, aprender e estar aberto a novos estímulos

Edu_perfil2016O perfeccionismo é um inimigo invisível, um obstáculo que leva muitas pessoas, especialmente no contexto profissional em que vivemos, a não agir e a bloquear uma ação por medo de não atingir aquilo que julgam “perfeito”. O profissional perfeccionista foca sempre os seus defeitos e as imprecisões do seu trabalho, elevando, assim, o estresse, a ansiedade e o sentimento de frustração.
Se o desejo de melhorar é certamente positivo, quanto a isso não há dúvidas; no entanto, se levado à exasperação e ao extremo, esse mesmo desejo pode prejudicar o profissional e tornar-se extremamente negativo. Precisamos, dessa forma, evitar que pequenos e simples erros se transformem em verdadeiras catástrofes emocionais por causa de um modelo de perfeição  que destrói a autoestima e a autoconfiança, distanciando cada vez mais o indivíduo da concretização dos resultados planejados, da realização e da satisfação pessoais.
Quando repensamos continuamente e exaustivamente em cada detalhe  de uma atividade com o anseio de que ela seja perfeita, que seja levada a cabo sem nenhuma mácula, o risco de perder de vista a maneira de atingir o objetivo é muito maior. O perfeccionista não dá o primeiro passo, mas ele acaba se perdendo nos detalhes e passa a não enxergar mais o resultado.
É mais produtivo ir em direção à excelência e à vontade de melhorar constantemente do que buscar um padrão ilusório de perfeccionismo, um conceito absoluto, repleto de parâmetros e regras fixas, um labirinto e um verdadeiro círculo vicioso em que não se encontra a saída. Se ir em direção à excelência significa querer expandir, aprender e estar aberto a novos estímulos, isso significa e nos mostra que o perfeccionismo nos aprisiona em uma camisa de força na qual o nosso agir é limitado e bloqueado.
A excelência é, em muitas situações, confundida com o perfeccionismo, mas esses conceitos não são equivalentes, pois o perfeccionista vive na necessidade de ser invulnerável,  buscando a imagem perfeita, a ação perfeita, a palavra perfeita, e cai, assim, na frustração e no fracasso, vivendo uma fachada de proteção que elimina a autenticidade da sua vida e coloca o medo de ser descoberto nas suas imperfeições, como dono das suas ações.
A excelência é flexibilidade, pois não possui parâmetros fixos ou regras a seguir. Buscar a excelência naquilo que se faz significa se preparar e se colocar nas melhores condições para enfrentar cada situação naquele determinado momento. A excelência inclui o fracasso e os erros vividos não como uma derrota, mas como resultados sobre os quais trabalhar e focar mais. Ela se transforma, dessa forma, em uma arte, uma arte aprimorada por meio do hábito e do exercício de usar as próprias qualidades e potencialidades, perseverando no tempo para conseguir os objetivos escolhidos e buscando melhorar a cada dia com a consciência de que não somos infalíveis, mas sim pessoas em contínua evolução.

* Eduardo Shinyashiki é presidente do Instituto Eduardo Shinyashiki e também escritor.

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