A vida profissional é como uma corda bamba. Enquanto uma das pontas amarra-se no dinheiro, a outra se prende na realização. A maioria das pessoas que conhecemos – incluindo nós mesmos – está balançando em algum ponto dessa corda. E, muitas vezes, caindo na tentativa de descobrir o porquê de estar ali. Ajudar o colaborador a encontrar sentido naquilo que faz na empresa é um dos grandes desafios da gestão, ainda mais em cenários de grande transformação como o de agora.

Uma forma de provocar essa discussão – seja nos primeiros anos da escola ou nos últimos da vida profissional – é fazendo diariamente três perguntas a você mesmo, percebendo o quanto suas respostas estão alinhadas ou não. São elas: qual o significado do seu trabalho?; qual o significado do seu trabalho para as pessoas com quem você trabalha e que dependem dele?; qual o significado do seu trabalho para o mundo em que você vive?

A busca de significado está para a pessoa física como a clareza da “razão social” está para a jurídica. Essa expressão, usada por muitos apenas para preencher campos de formulários ou emitir certidões negativas, na verdade contém a resposta para a questão corporativa essencial: por qual razão somos úteis à sociedade?
Essa “razão” precisa ser percebida – e vivida – por todos que formam a organização, após ser declarada por meio de uma missão clara e relevante, uma visão de futuro inspiradora e, principalmente, valores éticos e construtivos funcionando como bússola. Tudo isso compondo um conjunto de práticas que as lideranças adotem não apenas no discurso mas, com todo o empenho, transformem em atitudes no dia a dia. Dessa forma, o ambiente corporativo ajuda o profissional a inspirar-se na construção do próprio significado, consciente de que a missão, visão e valores do lugar onde está são algo muito mais profundo que o relevo daquela placa de aço, instalada na recepção para impressionar as visitas. É o “aprender a amar o que se faz” já que, nem sempre, a oportunidade de “fazer o que se ama” é uma realidade.

Significado, então, é o que faz o profissional ter o coração batendo forte no agora (para a empresa, é o cumprimento pleno de sua missão, com foco, capacidade de realização, monitoramento e correção de rotas), com consciência, respeito e orgulho de sua própria história (para a empresa, é a consciência quanto à combinação de valores e expertises que um dia a originou e explicam quem ela é hoje) e mantendo uma visão positiva do futuro (que, para a empresa, explica o legado construído gradativamente, a partir do impacto positivo que ela produz a cada novo dia de operação).

Qualquer semelhança entre pessoas físicas e pessoas jurídicas não é – e nunca poderá ser – mera coincidência. A congruência entre elas é o que traciona a corda, permitindo que vivam em equilíbrio e descubram de forma prática apenas mais um dos fantásticos significados da palavra significado.