Carreira e Educação

Um novo significado de competência

de Redação em 2 de outubro de 2019
Créditos: Shutterstock

Por Roberto Madruga, professor de liderança e de esquipes de alto desempenho da HSM, diretor da ConQuist Consultoria e professor de MBAs da FGV e da UFRJ

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Competência é o termo mais comentado na atualidade pelas organizações e instituições que almejam desenvolver pessoas rumo à criação de diferenciais competitivos.

Designada comumente como a soma de Conhecimentos, Habilidades e Atitudes de um indivíduo (CHA), a competência é a base de tudo, é a busca pela perfeição que, embora saibamos ser impossível para nós seres humanos caminhar na direção dela, já garante resultados substanciais e satisfação geral. 

A aquisição de competências por qualquer pessoa é algo nobre, contudo terá mais valor se acrescentarmos a palavra Resultados no tradicional CHA, transformando-o no CHAR.

Uma pessoa experiente na empresa que é expert em infraestrutura, por exemplo, conhece tudo sobre materiais e tem grande capacidade tecnológica. Ela pode ser considerada competente na sua função? Talvez sim, porém, não é garantido.

“Talvez”, porque o fato de “saber tudo” não garante mais, isoladamente, o sucesso das organizações, tão pouco dessa pessoa. “Talvez”, porque o fato de adquirir uma competência pode ainda não ser suficiente se não houver um esforço para a obtenção de resultados. 

Adianta alguém competente que precisa entregar um balanço em janeiro, relativo ao exercício do ano anterior, apresentá-lo somente em julho?

É por isso que está na hora de acrescentarmos mais uma letra ao famoso e tradicional CHA (Conhecimento, Habilidade e Atitude). É necessário incluirmos o “R” de Resultados para garantir que todo CHAR seja orientado para o êxito pessoal de quem se desenvolve, da organização e da sociedade. Isso mesmo, o CHAR pode e deve, no mínimo, possuir três stakeholders interessados.  

Sendo para fins lucrativos ou não, toda organização busca maximizar seus frutos e, para isso, precisará contar com o seu ativo mais valioso: pessoas competentes e orientadas ao resultado. O diagrama do CHAR exemplifica bem a questão.

Figura: a evolução do CHA para CHAR.
Fonte: Roberto Madruga – livro Treinamento e Desenvolvimento com Foco em Educação Corporativa (Ed. Saraiva).


Para considerarmos que alguém adquiriu uma competência será preciso o que essa pessoa domine o saber, o fazer e se movimente com atitude para implantar o que está definido, mas sempre orientada para o resultado de forma a trazer mais benefícios para si e para os outros.

Um exemplo bem prático que observamos no dia a dia. Um garçom, com 10 anos de experiência, que domina completamente o processo de servir e atender seus clientes e que é elogiado por eles, pode ser ainda mais efetivo se durante o seu trabalho pensar e praticar ações simples para melhorar o resultado do restaurante. Ele poderá sugerir ao proprietário do estabelecimento dicas de pratos que podem gerar mais negócios, pois está continuamente ouvindo sugestões dos clientes.

Esse é um exemplo do CHA acoplado ao R, daí temos o CHAR.Concluindo. Não basta capacitar as pessoas nas competências necessárias. É preciso dirigir as ações educacionais com foco em resultados, de forma que as stakeholders interessados sejam beneficiados: organização, colaborador, clientes e sociedade.

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