Artigo

À frente do seu tempo

São muitos os exemplos de mulheres potiguares para nos inspirar cada dia mais

de Redação em 1 de junho de 2018

Por Edna Vasselo Goldoni

Edna Vasselo Goldoni é diretora de relacionamento do CON ARH 2018 e fundadora do Instituto Vasselo Goldoni

A capital potiguar Natal é conhecida como o Trampolim para a vitória. Esse nome surgiu ainda na Segunda Guerra Mundial, pois a cidade servia, por sua posição geográfica (das Américas, uma das mais próximas do continente
africano), como base para os aviões dos EUA seguirem para o front de batalha. E aquele estado também foi o trampolim para muitas mulheres vencerem no front da vida.

Ao nos aprofundarmos sobre o protagonismo da mulher brasileira, encontramos muitas que revolucionaram o Brasil. E no Rio Grande do Norte, os movimentos feministas sempre estiveram à frente do resto do país. Por exemplo, temos Celina Guimarães. Ela foi a primeira eleitora do Brasil: com o advento da Lei no 660, o Rio Grande do Norte foi o primeiro estado que estabeleceu que não haveria distinção de sexo para o exercício do voto. O fato repercutiu mundialmente por se tratar não somente da primeira eleitora do Brasil, mas da América Latina.
A primeira mulher a ocupar o cargo de deputada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (e também a primeira deputada estadual no Brasil) foi Maria do Céu.

Mas foi Alzira Soriano a primeira prefeita eleita no Brasil e na America Latina: tomou posse em 1º de janeiro de 1929; disputou em 1928 aos 30 anos, na cidade de Lajes (RN) e venceu com 60% dos votos, quando as mulheres nem podiam votar. E a primeira mulher do Rio Grande do Norte, e do Brasil, a se eleger vereadora foi Joana Bessa, eleita em 1928, na cidade de Pau dos Ferros. Ela nasceu no município de Itaú (RN), em 1896.

Educadora, escritora e poetisa potiguar, Nisia Floresta é considerada uma pioneira do feminismo em nosso país, e foi, provavelmente, a primeira mulher a romper os limites entre os espaços público e privado, publicando textos em jornais. Ela também escreveu livros em defesa dos direitos da mulher, dos índios e dos escravos.

Outro exemplo é Clara Camarão, uma indígena que é considerada, nada menos, que uma das percursoras do feminismo por aqui. Ela rompeu a tradicional distribuição do trabalho de sua tribo, afastando-se dos afazeres domésticos para participar das batalhas juntamente com seu marido durante as invasões holandesas em Olinda e Recife. Uma verdadeira guerreira.

Outra guerreira é Débora Seabra. Ela é a primeira professora com síndrome de Down no país, segundo a Associação Síndrome de Down/ RN. E também é escritora, tendo lançado o livro Débora conta histórias (Alfaguara).

Que as histórias dessas mulheres possam nos inspirar cada dia mais. Mulheres à frente do seu tempo. Elas nos mostram que vale a pena confiar em nós mesmas. E que não devemos entregar nossos sonhos e objetivos para outras pessoas. Isso é um ato de amor-próprio e autorreponsabilidade. Somos as únicas responsável pela nossa história.

Espero que possamos, como essas mulheres, deixar um legado para as próximas gerações. Nossa crença de que podemos, de que somos capazes, é essencial para conseguir o que almejamos.

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