Gestão

Ajustes necessários

de em 5 de outubro de 2009

Quem também buscou compreender os efeitos da crise sobre os programas de RH foi a consultoria Watson Wyatt. Depois de ouvir 441 executivos da área, envolvendo empresas de diferentes setores, portes e origem de capital, e que atuam em diversos países da América Latina, a consultoria descobriu que, dentre os principais temas da área de RH mais afetados até agora, destacam-se:

redução ou suspensão de treinamento e desenvolvimento; redução dos orçamentos para aumentos salariais e programas de mérito; revisão dos pacotes de remuneração e benefícios; e congelamento de novas contratações.

O trabalho constatou que, devido ao grau de desconfiança do mercado, 66% têm realizado ações de comunicação interna junto a seus colaboradores, esclarecendo a atual situação do mercado, os principais impactos da crise no negócio e as medidas que a empresa está tomando frente à crise, como a redução de custo. Em relação ao ano passado, muitas mudanças foram realizadas. Até o momento, a principal ação observada foi a redução do orçamento para ajustes salariais – 56% já realizaram e 27% planejam realizar nos próximos 12 meses. Em segundo lugar, está a não contratação de novos empregados – 57% já o fizeram e 22% pretendem fazer em até um ano.   

Veja mais dados da pesquisa:
Com relação ao orçamento destinado à área de RH, 48% dos participantes responderam que o mesmo diminuiu (média de 15,9%) e 7% que aumentou (média de 14,9%). Para os próximos 12 meses, 29% pretendem diminuir (média de 13,5%) e somente 2% planejam aumentar (média de 11,7%).

> Com as pressões por redução de custos, a grande maioria considera que a crise afetará os aumentos salariais, sendo que aproximadamente um terço acredita que os aumentos coletivos serão abaixo da inflação e 57% responderam que os aumentos coletivos devem seguir a inflação. Apesar disso, a tendência é de um cenário positivo para o Brasil, já que os orçamentos totais, que consideram dissídio, mérito e movimentações, estão acima da inflação, atualmente em 4,4%, de
acordo com fontes oficiais.

> Cerca de 76% das entrevistadas já tomou ou pretende tomar alguma medida para reter talentos, em especial para key positions (posições-chave) e high potentials (empregados de alto potencial).

> Quanto à oferta de mão de obra, metade das empresas considerou que a mesma aumentou e 19% acham
que só aumentará nos próximos 12 meses.

> Apesar do grau de incerteza presente no mercado, aproximadamente 34% dos participantes acreditam que
o clima organizacional não tenha sido afetado e 37% esperam que não seja afetado no futuro próximo.

O restante se divide entre visões otimistas e pessimistas frente a esta questão.

> A periodicidade para definição e/ou revisão das metas de incentivos de vendas tem se tornado mais frequente, devido ao grau de instabilidade do mercado. Já o bônus por resultado manteve, em sua maioria, a periodicidade em um ano. Ao contrário do que se especulava, em média, 50% dos colaboradores terão mantidos seus bônus e/ou participação nos resultados no mesmo nível que o ano anterior.

> Nos planos de ações, como stock options e restricted stocks, somente um quarto acredita numa diminuição da concessão, motivada pelo alinhamento do plano à estratégia do negócio e pela queda do valor das ações na bolsa.

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