As novas regras do engajamento profissional

de em 29 de agosto de 2014
Rodrigo Magalhães / Crédito: Divulgação
Rodrigo Magalhães é gerente da consultoria HayGroup

A maneira como as pessoas trabalham e o que elas esperam de um empregador vem mudando nos últimos anos. Para ter sucesso no futuro, as empresas precisarão repensar a forma de envolver e buscar a lealdade de seus colaboradores e desenvolver ações inovadoras em gestão de talentos. Afinal, esses são temas relacionados aos negócios e não uma questão a se pensar somente na hora de atrair e reter talentos.
Organizações com práticas efetivas de engajamento podem atingir uma receita maior, segundo pesquisas do HayGroup. Apesar disso, o tema ainda não está na pauta da maioria dos líderes. Apenas 30% dos profissionais de engajamento afirmam estar conduzindo pessoalmente mudanças para se adequar às novas demandas geradas pelo contexto atual. Porém, se engana quem pensa que essa é uma ação que deve ser conduzida somente pela área de gestão de pessoas: o processo é complexo e exige maior integração entre o RH e a alta liderança.

Mas, quais são essas demandas que estão influenciando o ambiente de negócios e como, no fim do dia, elas impactam na forma de engajar os profissionais? O HayGroup identificou seis megatendências que estão gerando essa nova demanda de engajamento e possíveis soluções para deixar sua equipe “ligada”:

Globalização 2.0: O mercado de talentos também se tornou global. As estratégias e planos de engajamento devem oferecer flexibilidade para que as equipes locais possam adaptá-los às suas culturas, prioridades e mercados de talento. Além disso, as empresas devem permitir e criar ferramentas para aumentar a colaboração. Sem esses fatores de capacitação, os trabalhadores logo ficarão frustrados se precisarem trabalhar com colegas em outros países.

Mudanças climáticas:
As crises ambientais trazem uma infinidade de desafios para as empresas, que afetam também a gestão de talentos. Os profissionais, principalmente os mais jovens, estão mais voltados para questões relacionadas à sustentabilidade e precisam perceber que suas empresas estão abraçando a causa ecológica pelas razões certas – não apenas para reduzir custos ou ganhar mercado.

Mudança demográfica: O envelhecimento da população traz o desafio de gerenciar uma força de trabalho com idades cada vez mais diversificadas. As empresas agora precisam entender, liderar, gerenciar e motivar equipes compostas por quatro gerações, cada uma com suas necessidades e motivações.

Individualismo: Cada vez mais outras motivações estão em jogo na hora de um talento optar por uma carreira ou emprego. Esses fatores são profundamente pessoais e únicos, mas não menos importantes. As pessoas vão exigir que seus empregadores fiquem atentos a essas necessidades e preferências. Não dá mais para adotar uma mensagem única para todos os trabalhadores. As pessoas vão exigir serem tratadas como indivíduos únicos. Dessa forma, o engajamento terá de ser mais pessoal e relacionado com as necessidades, motivações, perspectivas e expectativas de cada funcionário.

Estilo de vida digital:
A revolução digital está desafiando a nossa forma de trabalhar. Além de questionar nossa necessidade de locais de trabalho e hierarquias convencionais, a tecnologia digital cria um clima de transparência, colocando as reputações em risco. Do outro lado, a mídia social torna nossos profissionais mais acessíveis à concorrência, uma vez que oferece recursos para os indivíduos talentosos promoverem suas habilidades e realizações.

Convergência tecnológica:
O avanço tecnológico vai transformar muitas áreas de nossas vidas cotidianas, criando novos mercados de produtos e deixando outros para trás. Esse cenário pode criar um clima de incerteza em que comunicar “o que vai acontecer” ficará cada vez mais difícil. É durante esses períodos incertos que o engajamento é afetado.

Conhecendo essas megatendências e como elas afetam os negócios e o processo de engajamento profissional, é hora de olhar para dentro. Quais as megatendências terão o maior impacto sobre sua empresa? Quais são as implicações para a sua força de trabalho? Como elas afetarão o engajamento entre seus funcionários?

O novo engajamento profissional é um processo com bastante espaço para evoluir, mas que precisa de apoio e interesse genuíno por parte da alta liderança. As empresas devem conhecer suas ameaças, avaliar onde está agora, como está em relação a essas megatendências e não perder a comunicação com as pessoas. No fundo, as pessoas querem ser ouvidas.

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