Gestão

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de Leandro Quintanilha, em 8 de outubro de 2014
Mônica Santos / Crédito: Divulgalção
Monica , do Google: queremos colaboradores felizes e realizados / Crédito: Divulgação

No Google, os benefícios são pensados para garantir, ao mesmo tempo, bem-estar aos funcionários e estimulá-los a trabalhar com criatividade. Por isso, custam mais e são flexíveis, conforme explica a diretora de Recursos Humanos para a América Latina Monica Santos. Não se desconta vale-transporte nos contracheques para estimular o uso do transporte público. Há uma academia dentro do escritório, mas quem se exercitar fora tem direito a reembolso, porque, com mais opões, é maior a chance de o googler, como é chamado o colaborador, levar uma vida feliz e saudável.

“Além disso, não exigimos um período mínimo de tempo de casa para subsidiar cursos, nem exigimos que paguem uma dívida caso optem por sair da empresa”, acrescenta Monica. “Queremos funcionários que trabalhem no Google porque estão felizes e realizados, não porque se sentem obrigados.” Para ela, o que mais atrai candidatos e retém os talentos é a perspectiva de crescimento e aprendizagem que a companhia proporciona.

A base da cultura do Google é mesmo a informalidade. Os funcionários têm liberdade de investir parte do seu tempo para se dedicar a projetos que não estão relacionados diretamente às atividades do seu cargo. Essa iniciativa faz com que todos coloquem sua criatividade em ação, gerando ideias, propondo soluções para problemas e fazendo sugestões de melhorias.

Por ser uma empresa reconhecidamente inovadora, o Google investe nesse clima, procurando estar vários passos à frente para atender à necessidade de todos aqueles que utilizam os seus serviços, como o YouTube, Google+, Google Translate, Google Maps, Google Drive, entre outros. Vários desses serviços se tornaram viáveis devido justamente a esse tempo dedicado a projetos que fogem da rotina diária de tarefas.

Caos produtivo
Os funcionários do Google também trabalham colaborativamente. A intranet da empresa é repleta de documentos, informações, grupos de discussão e fóruns em que os funcionários tomam conhecimento de tudo o que está acontecendo na companhia. A cultura da colaboração faz com que seja natural, por exemplo, um engenheiro brasileiro conversar com um indiano pela internet para que os dois, juntos, possam trabalhar num projeto, resolver um problema ou mesmo criar algo novo.

No que se refere à seleção de novos funcionários, o processo é rigoroso. O alvo é representado por talentos vindos de boas universidades e que tenham inglês fluente. Se, além disso, o candidato dominar mais algum outro idioma, como o espanhol – o que é altamente desejável – melhor ainda. As entrevistas são cuidadosas e detalhadas e a decisão da contratação passa por dois comitês. Isso garante uma equipe focada, de alta performance. Há um princípio na empresa que diz mais ou menos assim: contrate gente mais esperta que você. Com as pessoas certas nas posições certas, será necessário menos controle e se obtêm melhores resultados.

Para quem visita o Google pela primeira vez, o ambiente pode ser percebido como caótico. Só que o convidado está presenciando uma crença interna da cultura: a de que é no caos que há a criação. “Houve um choque inicial, mas em pouco tempo vi os benefícios do clima mais informal”, afirma o gerente de Operações e Estratégia de Produto Olavo Mayer, de 28 anos, ao se lembrar de como foi começar a trabalhar ali. “Sinto que esta é uma peça fundamental para que as pessoas trabalhem felizes e não tenham medo de tentar algo diferente.”, observa.

Peer bônus
“O reembolso de academia foi o benefício que mais se destacou inicialmente – interpreto como uma preocupação da empresa com a saúde e o bem-estar do funcionário”, relembra Mayer. “Além disso, gostei muito da possibilidade de enviar peer bônus (valor simbólico dado em reconhecimento por um bom trabalho) para meus colegas.” O benefício estimula a colaboração interna.

De uma maneira muito sintética, pode-se dizer que a política de benefícios do Google é a seguinte: todos têm os mesmos direitos. O plano de saúde do presidente, por exemplo, é o mesmo de qualquer outro funcionário. E é assim para todos os demais benefícios. Não há distinções ou privilégios.

Por favor, contrate-me
Alguns dos (inúmeros) benefícios inusitados oferecidos pelo Google:
* Óculos e lentes oculares: os funcionários que usam óculos de grau ou lentes oculares recebem um reembolso anual para cobrir gastos com esses itens.
* Plano de previdência privada: todos os funcionários podem aderir ao plano. Se o empregado não quiser fazer contribuições, ainda assim o Google contribuirá com o equivalente a 5% de seu salário. Caso ele queira contribuir, a empresa fará também um depósito no mesmo valor até o limite de 12% do valor do salário
* Reembolso de educação e incentivo a treinamentos: cada um dos funcionários tem à disposição até R$ 16 mil por ano para gastar com educação, em cursos relacionados ao trabalho que executa na organização
* Auxílio-maternidade e paternidade: o Google oferece licença-paternidade paga de quatro semanas, com 100% do salário-base, aos novos papais
* Baby Bonding Benefit: os papais e mamães têm direito ainda a um reembolso de R$ 900 nos primeiros 90 dias em que estão em casa para ser gasto com qualquer serviço que ajude a família a passar mais tempo com o bebê
* Notebook: todo funcionário recebe um laptop para trabalhar com mobilidade. Ele ainda pode optar pela sua plataforma preferida: Mac, Windows ou Linux
* Internet em casa: o Google paga até R$ 112 da mensalidade da internet de casa e móvel de seus funcionários.

 

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