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Cultura organizacional e velocidade combinam ou concorrem?

Área de gestão de pessoas precisa construir uma base sólida de cultura organizacional com propósito e valores

de Redação em 4 de outubro de 2018

Por Jaqueline Imbriani, diretora de RH da Printi

Enquanto o mercado busca fôlego para sair de uma das piores crises de sua história, as startups são a bola da vez enquanto atingem níveis inéditos de maturidade e mind share. Como? Em um contexto onde empresas de maior sucesso se voltam a entregar produtos e serviços de extrema qualidade, essas iniciantes voltam seus olhares especialmente para dentro de casa, numa busca constante em proporcionar uma experiência que ultrapasse os limites das paredes de seus escritórios modernos e impactem de forma avassaladora os clientes dos serviços mais disruptivos do mercado.

Funcionário feliz é mais produtivo e atende melhor seu cliente. Esse propósito molda um modelo de negócio que funciona com autonomia, flexibilidade, eficiência e inovação constantes. Também conversa com intimidade com os jovens de perfil empreendedor que chegam ao mercado buscando fazer a diferença.

Inclusão e autenticidade são palavras de ordem nos dias de hoje. Com sua natureza disruptiva, essas jovens empresas balançam os mercados por onde passam e transformam estruturas de negócios tradicionais através da tecnologia, a fim de proporcionar a melhor experiência possível e fidelizar seus clientes que acabam por compor esse ambiente de ‘comunidade’. Para contribuir com essa atmosfera, as antigas e engessadas técnicas em gestão de pessoas também vêm sendo questionadas. A questão é como ser eficiente e flexível ao mesmo tempo para entender as necessidades das diferentes áreas de negócios e seus diferentes formatos?

É aí que entra a necessidade da área de pessoas em construir uma base sólida de cultura organizacional com propósito e valores que estejam alinhados com os fundadores e a história da construção da empresa. Se a cada novo funcionário, quando entra na empresa, entende e se identifica com os valores que são comunicados, é possível ter liberdade para tomar decisões em qualquer formato, desde que se mostre responsabilidade ao observar esse framework.

Não se trata de uma tarefa fácil. A chave está em entender rapidamente onde estão os eventos, grandes ou pequenos, que refletem e promovem esses conceitos de valorização e fazer essa informação fluir entre os funcionários da empresa em todos os níveis, através de qualquer formato: reuniões rápidas para iniciar a semana, town halls, happy hour, peças de comunicação, portas abertas etc.

Se a empresa é eficiente em encontrar talentos que compartilham dos seus valores, usualmente são eles quem trarão os inputs necessários para a área de Recursos Humanos entender o que funciona e o que não funciona e de que forma conseguimos relativizar ou favorecer esses aspectos no dia a dia.

Ao contrário, se não começarmos desde o início (no processo seletivo) identificando quem poderá contribuir com o business de forma autônoma, será mais difícil fazer com que toda a empresa mire um único objetivo e se sinta à vontade para ser contributivo, para discutir problemas e buscar soluções conjuntas. Será um desafio constante.

Um bom onboard é muito eficaz na conquista deste resultado, mas não é tudo. Na prática, se a combinação de valores entre funcionário e empresa é forte, o próprio sistema se responsabiliza por reconhecer os talentos e repelir os outliers.

Para garantir o sucesso a longo prazo, manter a essência da cultura originais é tão importante quanto definir a próxima aquisição estratégica. Afinal, é isso que vai garantir que seus diferenciais não se percam no mar de opções infinitas de mercado.

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