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Digitalização nas empresas: desemprego ou empregabilidade?

Em entrevista exclusiva à LG lugar de gente, Marta Pimentel, professora da FDC fala sobre o assunto que será abordado em palestra do CONARH

de Redação em 13 de agosto de 2018
Marta Pimentel, professora da Fundação Dom Cabral (FDC)

Um relatório divulgado pela The New York Order mostra que 60% dos jovens estudantes estão atrás de carreiras que se tornarão obsoletas em 10 a 15 anos. Estima-se que isso irá acarretar aumento das taxas de desemprego, desigualdade e insegurança no trabalho.

O debate sobre os impactos da digitalização é muito atual e será amplamente discutido no 44º Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas (CONARH). Com a proximidade do evento, que acontece nesta semana, de 14 a 16 de agosto, a LG lugar de gente está promovendo uma série de entrevistas com profissionais que farão parte do quadro de palestrantes. Conheça mais sobre o assunto que será abordado por Marta Pimentel, professora da Fundação Dom Cabral (FDC).

Marta Pimentel, professora da Fundação Dom Cabral (FDC)

Algumas dúvidas surgem quando falamos de digitalização dos serviços empresariais. O medo de perder o trabalho para uma máquina ainda permeia a mente de muitos. De fato, a digitalização coloca em risco milhares de empregos e profissões, que desaparecerão nos próximos anos.

Quais serão as posições mais atingidas? Quem corre mais perigo? São essas e outras perguntas que Marta Pimentel irá colocar em cheque em sua palestra e nós, da LG lugar de gente, já começamos a esquentar o debate por aqui. Veja 5 respostas sobre a digitalização dos serviços dentro das empresas de acordo com a professora da FDC.

1. Meu emprego será afetado?

Segundo estudo realizado pela Consultoria McKinsey, 800 milhões de pessoas em todo o mundo ficarão desempregadas até 2030 e a dúvida de muitos profissionais é quais áreas e postos de trabalhos serão mais afetados. Nesse contexto, Marta Pimentel procura manter uma postura otimista. A par dos múltiplos estudos que debatem o problema do desemprego no futuro, a educadora prefere analisar o desafio dos novos empregos.

“Sempre que vivemos um contexto de disrupção tecnológica, e essa não é a primeira que o mundo vive, emerge uma nova configuração do ambiente dos negócios, com ganhos de produtividade e oportunidades de desenvolvimento de novas competências. Em tese, todas as áreas e postos de trabalho serão afetados, possivelmente a velocidades e timings diferentes”, diz a palestrante.

Assim, é importante focar as energias na reconfiguração das competências para se preparar para esse futuro que emerge.

2. O lugar onde moro já está sofrendo essas consequências?

A possibilidade de emergência de contextos, negócios e carreiras exponenciais não depende mais da sua localização geográfica, da concentração em grandes centros urbanos ou de continentes com maior centralidade. Marta Pimentel defende que a participação em um ecossistema inovador ajuda a inspirar e socializar o conhecimento, mas a conectividade do mundo permite uma deslocalização e democratização da possibilidade de acesso.

Assim, terão vantagem as regiões que forem capazes de desenvolver melhor as competências e que oferecem uma educação de maior qualidade.

3. Estou indo no caminho certo?

Marta Pimentel acredita que o papel de uma formação inicial, uma graduação, mais do que dar acesso a uma profissão, seja ela qual for, dá acesso a capacidade de pensar, compreender, interpretar, refletir, analisar teses contraditórias, sistematizar o conhecimento e acima de tudo aprender a aprender. Se o jovem sair da universidade com essa habilidade, está pronto para continuar uma jornada de eterno aprendiz e de se adaptar ao longo da carreira.

Dessa forma, a grande habilidade que os executivos precisam desenvolver é aprender, desaprender e reaprender o tempo todo, ou seja, ao longo da vida.

4. Como trabalhar minhas habilidades de aprendizado digital?

Marta Pimentel explica que, na FDC, o aprendizado é permeado por dois blocos: o digital e a transformação.

“Qualquer executivo hoje precisa adquirir fluência digital. Não tem de ser necessariamente um programador, mas precisa compreender no que consiste cada possibilidade tecnológica, para que serve e como opera. É fundamental adquirir um repertório para um diálogo e uma prática mais digital. Essa fluência será uma competência básica, como a matemática, o português e o inglês. O outro bloco diz respeito à transformação, e aqui estamos falando de gente. Transformar o mindset, a cultura organizacional, as práticas de gestão e os modelos de negócio. Pesquisas mostram que esse é o maior desafio da transformação digital”, detalha a especialista.

5. Como a digitalização e a tecnologia vão mudar o futuro da minha carreira?

Sem dúvidas, o futuro será mais diverso, com uma gama de oportunidades diferentes e muito maiores. Marta Pimentel acredita em uma carreira não-linear, que assumirá múltiplos formatos. A sua profissão pode ter diferentes ciclos, ciclos de atividade em uma empresa, ciclos empreendendo, ciclos como autônomo participando em redes de CPFs, ciclos de participação em hubs de startups. Você certamente terá uma maior liberdade de escolha e de possibilidades. Isso nos coloca o desafio da permanente atualização.

Quer saber mais sobre os impactos da digitalização nas carreiras? Participe da palestra de Marta Pimentel no CONARH.

“O universo digital é desenvolvido por pessoas, como eu e você. Ele será aquilo que a sociedade desejar que ele seja, os seus princípios, os seus valores, as suas visões de mundo, as suas inovações. No CONARH, gostaria de dar ênfase na importância do papel que cada um de nós tem na construção desse futuro e, consequentemente, na importância do autoconhecimento, autodesenvolvimento e auto realização, como uma nova forma de gerir sua carreira.”

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