Gestão

Elas chegaram lá

de Vinícius Cherobino em 12 de agosto de 2011

Mais do que atingir a cota de deficientes exigida por lei, as empresas devem criar uma política sólida de diversidade, em que o talento esteja em primeiro lugar – independentemente de características físicas. Segundo Luiz Moura, gerente de diversidade do HSBC, companhia que atingiu a cota e hoje possui 5,1% de pessoas com deficiência no seu quadro de funcionários, é preciso uma ação forte de gestão de pessoas. “Queremos fazer uma ´inclusão efetiva´ e não apenas um programa de ´contratação´ para cumprir com a Lei de Cotas”, afirma. Segundo ele, há duas maneiras de contratação de deficientes. A primeira acontece pelo processo normal de contratação para qualquer posição dentro da organização, sendo que nesse caso o candidato deve possuir os requisitos e habilidades exigidos para a função. A outra é por meio do Programa de Inclusão de Pessoas com Deficiência no qual esses requisitos são flexibilizados para facilitar a contratação. “Tudo isso ancorado por um amplo programa de conscientização e inclusão”, lembra.

A Bosh é outro exemplo de empresa que atingiu a meta. A companhia, cuja sede se localiza em Campinas, conseguiu driblar os obstáculos e criar uma política eficiente de inclusão, como explica o gerente de recursos humanos, Rene Lopes. Segundo ele, o caminho encontrado foi uma parceria com o Senai da região para a oferta de cursos na área de mecânica básica nas disciplinas de cálculo técnico básico, desenho técnico mecânico, controle dimensional básico e controle estatístico do processo para operadores. “Isso aconteceu entre 2005 e 2008 para suprir uma necessidade interna de contratação para área produtiva”, afirma.

Nesse caso, continua o gerente, primeiro ocorreu o treinamento e depois a contratação. “Nem todos foram contratados, pois a ideia central desse projeto foi proporcionar a formação para o mercado de trabalho, como uma ação de responsabilidade social”, ressalta. Com os bons resultados, a empresa, auxiliada por uma consultoria para selecionar os candidatos, passou a contratá-los para, depois, oferecer a capacitação necessária. “Além de oferecer a capacitação, diminuímos a exigência de estudo, passando de ensino médio para o ensino fundamental incompleto”, conta. Atualmente, a Bosch tem em seu quadro de funcionários 5% de deficientes. “O segredo para atingir essa meta e melhorar o resultado nas contratações é buscar os candidatos pelo potencial e não pela deficiência”, completa Lopes.

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