Gestão

Fazer a diferença

de Luiz Wever em 17 de agosto de 2009

Já vivemos dias melhores, é bem verdade. Mas também, já vivemos outros muito piores. Então, por que se deixar dominar pelo desânimo? Impregnados de receios e de desesperança, muitos acabam por atrair para si um mal maior do que na realidade enfrentaria. A crise veio e, infelizmente, está durando mais do que todos esperávamos. No entanto, muitos setores já mostram sinais de recuperação, os investimentos estão voltando e a previsão é termos um segundo semestre mais positivo, com boas chances de vivermos um 2010 mais sereno, produtivo e com crescimento real. Portanto, a hora é de reagir, enfrentar a situação com disposição e coragem. Momentos assim trazem, de fato, consequências para todos, mas ao se abater, recolhendo-se por medo de perder o emprego ou não atingir suas metas, muitos profissionais brilhantes e de carreira consistente deixam de atuar de forma produtiva, escondendo exatamente o que eles têm de mais valioso: seu talento.

Justamente no momento em que a empresa busca executivos criativos, motivados e com força de superação, esses profissionais mostram-se enfraquecidos, desanimados, sem energia e sem capacidade de buscar novos caminhos.

Conclusão: comentem o grave erro de diminuir seu grau de contribuição à organização. O resultado? Em vez de transformarem a situação de crise em uma oportunidade para demonstrar seu valor, acabam integrando a lista dos que serão dispensados. Meu conselho, como executivo nas áreas de executive search e coaching, é: aproveite o momento para fazer a diferença. Com as empresas em clima de “dar a volta por cima”, essa é a hora para focar sua energia, garantindo e aumentando sua contribuição para o negócio. Mais do que nunca, é preciso apostar no seu talento, nas experiências que acumulou ao longo do tempo, nas competências que você reúne e investiu tempo e recursos para desenvolver.

O pior que você pode fazer diante de um momento de crise é perder a personalidade, inibir sua capacidade empreendedora e senso analítico, deixar de demonstrar interesse na busca de soluções e acabar sendo visto como alguém desanimado, incapaz de enfrentar as adversidades. Leve em conta que, assim como você, as outras pessoas a sua volta também estão inseguras e temerosas, têm responsabilidades, família, sonhos e compromissos. Se todos ficarem paralisados diante dos problemas, como vai ser?

Ninguém tem obrigação de ser herói. E um profissional exausto, deprimido e estressado também não contribui em nada nas organizações. Ao contrário, pode até gerar conflitos com seus pares e subordinados. Então, trabalhe duro, dê o seu melhor e, nas horas de relaxar, relaxe! Divirta-se, brinque com seus filhos ou sobrinhos, curta os amigos e a família. Volte dos fins de semana revigorado.

O Brasil já esteve em situações mais delicadas. Hoje, estamos menos vulneráveis do que no passado e podemos superar as dificuldades que estão surgindo. Nosso mercado interno está mais bem estruturado do que era há alguns anos, as políticas sociais adotadas pelo governo atual garantiram a uma parcela da população um poder de consumo até então muito restrito. Temos problemas sérios a enfrentar e a resolver, mas temos capacidade de enfrentar a situação e seguir adiante. Você também tem. É preciso confiar e trabalhar.

Luiz Wever é sócio-diretor da Odgers & Berndtson no Brasil

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