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Futuro das contratações: estou atraindo ou afastando talentos?

83% dos talentos dizem que uma experiência negativa na entrevista pode mudar a sua percepção sobre uma empresa de que gostavam

Você já deve ter escutado que o processo seletivo de uma empresa é o espelho que reflete o sucesso ou não da marca empregadora. É na primeira ligação, e-mail ou mensagem privada no LinkedIn que se inicia o relacionamento de confiança e empatia entre os dois lados interessados e, certamente, a primeira impressão ficará marcada no candidato.

Se a abordagem for boa, será transmitida e retransmitida de forma orgânica, ou seja, sem muito esforço. Caso seja ruim, a premissa acima continua valendo.  Candidatos são embaixadores de marcas e aí está o grande “pulo do gato”: a experiência do candidato deve ser a melhor possível, a mais marcante e intensa que ele já viveu.

É nessa relação inicial que se perpetua a cultura da empresa, mostrando como ela trata seus funcionários e os valorizam em suas práticas. Essa deveria ser a primeira e mais relevante preocupação das corporações, muito mais do que apenas uma tarefa do RH. 

Com o trabalho remoto, a distância precisa ser encurtada e as organizações precisam estar próximas, ter claro e definido em que patamar querem chegar e estar em 2021 e que tipo de profissionais querem ter no negócio. É importante revisar a forma como estão comunicando seus valores, saber como anda o onboarding com os novos funcionários na casa e como está ocorrendo a abordagem para chegar nesses candidatos. 

Será que não existe um caminho melhor e mais eficaz? Como está a minha taxa de adesão nas vagas?  Existe mais desistências do que interessados nos processos? Esses são bons termômetros.

Em suma, “estou atraindo ou afastando talentos?”. Essa é a pergunta de ouro que todo profissional de recrutamento deveria se fazer todos os dias. 

Revisitar antigas fórmulas e métodos tradicionais de R&S, visando otimizá-los, é um exercício poderoso de inspiração para melhorar processos, abordagens, feedbacks, desconstrução de falas prontas e a própria jornada do candidato. Pesquisa do LinkedIn mostrou que 83% dos talentos dizem que uma experiência de entrevista negativa pode mudar a sua percepção sobre um cargo ou empresa de que gostavam.

Uma boa experiência do candidato pode garantir um relacionamento mais próximo com os talentos que passam pelo processo, mantendo-os engajados e diminuindo as chances de desistirem entre as etapas. No entanto, apesar de saberem disso, muitas empresas ainda têm dificuldades em proporcionar essa experiência, principalmente devido ao alto fluxo de talentos no funil. 

A urgência em fechar vagas pode fazer com que, em alguns momentos, o time de seleção esqueça que do outro lado da tela estão pessoas e esse é um erro muito comum que pode gerar consequências negativas e duradouras para a empresa. Do lado do candidato, é importante ter metas claras de onde se quer estar, rememorar como tem sido notado nas redes e de que forma vem se apresentando e se “vendido”. 

As empresas estão de olho o tempo todo nos profissionais, principalmente os que tiveram partes da sua trajetória em startupsda nova economia. Se você está em uma empresa de crescimento acelerado, é bem provável que seu perfil esteja na lista de talentos prioritários.

Em relação aqueles que trabalham em empresas tradicionais, o seu mérito e valor podem estar na criatividade, na abordagem e interação nas redes.  As perguntas que surgem agora são sobre o futuro: qual a perspectiva do recrutamento no pós-pandemia? O que as empresas precisarão fazer para sair na frente na busca pelos melhores profissionais?

É importante analisar o que exatamente mudou e o que está por trás da transição para o modelo de trabalho remoto. O que se modificou agora em relação a essas vagas é que novas possibilidades de contratação aumentam a oferta de candidatos. Isso porque o modelo de trabalho remoto permite a contratação de profissionais de qualquer parte do Brasil, aumentando o rol de talentos que podem ter fit com as empresas. 

No entanto, essa é uma realidade que passa a funcionar para milhares de companhias dos mais diversos setores, o que significa que agora existem ainda mais corporações lutando por talentos qualificados por todo o Brasil, o que aumenta a concorrência de forma expressiva.

Antes de pensar em tudo isso e promover essa transformação digital no recrutamento, faz-se necessária uma mudança de mentalidade interna. Existem diversos benefícios em proporcionar uma boa experiência para o candidato, que vão muito além de uma percepção ou feedbacks positivos. Por outro lado, uma vivência negativa pode trazer diversos malefícios. Pense nisso.

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Paula Morais

Cofundadora e CEO da Intera.

Paula Morais é cofundadora e CEO da Intera, HRTech de recrutamento digital. A especialista chegou a empreender o primeiro marketplace de aluguel de itens no Brasil. Foi coordenadora de recrutamento na Sanar e, antes de fundar a startup, chegou a empreender uma escola de tecnologia que formava desenvolvedores web.