Gestão no limite

de Thais Gebrim em 14 de agosto de 2009
Trabalho de campo: campanha do MSF contra a subnutrição. (Foto: Arquivo MSF)

Todo gestor conhece bem as dificuldades para definir estratégias e gerenciar pessoas e equipes em meio a situações de crise. É quando surgem variáveis inesperadas, os interlocutores mudam, os recursos escasseiam, o ambiente se torna hostil e, apesar de tudo, é preciso atingir resultados. Essa é uma realidade recorrente e não poderia ficar de fora de um evento do porte do CONARH 2009.

Durante o evento, os participantes que passam por dilema semelhante a esse poderão encontrar respostas na palestra Gestão de Pessoas no Limite . A apresentação não ficará a cargo de estudiosos e especialistas em adversidades, mas, sim, de quem as vivencia no âmago de sua atividade: a jornalista Simone Rocha, diretora-executiva da unidade brasileira da Médicos Sem Fronteiras (MSF), ONG que presta assistência humanitária internacional a vítimas de catástrofes naturais, conflitos armados, epidemias, fome e exclusão social.

Kosovo, Etiópia, Vietnã, Ruanda, Angola e Europa Oriental são algumas das regiões que já receberam intervenções da organização, como assistência a campos de refugiados, distribuição de alimentos em regiões em situação de fome aguda, ações de prevenção de doenças, distribuição de medicamentos, acompanhamento epidemiológico, campanhas de sensibilização da opinião pública e apoio à reinserção social. “Em 1999, a MSF conquistou o Prêmio Nobel da Paz com um modelo de gestão em que as pessoas estão em primeiro lugar”, argumenta o coordenador do comitê de criação do CONARH, Luiz Augusto Costa Leite.

A MSF foi criada em 1971, na França, por um grupo de médicos e jornalistas. Na sua maioria, eles tinham trabalhado como voluntários em Biafra, região da Nigéria, que, no final dos anos 1960, estava sendo destruída por uma guerra civil. O sentimento de frustração desse grupo diante das dificuldades e limitações para exercer o trabalho humanitário, somado à vontade de assistir as populações necessitadas de modo rápido e eficiente, deu origem à organização. Nos últimos 30 anos, a ONG conquistou reconhecimento mundial por atuar em situações de emergência. Hoje, mais de 22 mil profissionais trabalham pela MSF em mais de 70 países.

No Brasil, onde atuou pela primeira vez em 1991 para conter uma epidemia de cólera na Amazônia, a ONG é responsável pela única unidade de emergência do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, e já recebeu mais de 8 mil pacientes, a maioria vítima de violência e de acidentes. Outro projeto são as Oficinas de Capacitação em Gestão de Risco , em parceria com a prefeitura carioca, para preparar equipes do Programa de Saúde da Família, que atuam em áreas de vulnerabilidade social na cidade.

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