Gestão

Modelo mais dinâmico

Empresas apostam em mais agilidade para atrair e reter talentos

de Redação em 2 de julho de 2018
Foto: Shutterstock

Antes restrita a apenas pequenas equipes de desenvolvimento de produtos, muitas empresas estão adotando uma nova forma de lidar com seus funcionários de modo a deixá-los mais livres, mas, ao mesmo tempo, responsáveis. A chamada cultura ágil tem chamado a atenção, mesmo que ainda de forma tímida, dentro de muitas organizações.

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“A cultura ágil dá liberdade para que os colaboradores utilizem sua criatividade para resolver os problemas existentes. Com isso, as pessoas acabam desenvolvendo o senso de propriedade, se dedicando como se fossem o dono da empresa”, conta Raquel Parente, gerente de recursos humanos da Locaweb, empresa de serviços de internet.

A empresa, que já utilizava metodologias ágeis dentro dos seus times de tecnologia, percebeu a importância de ampliar essa forma de gestão para as demais áreas da companhia. O foco sempre foi o aumento da satisfação e, consequentemente, da produtividade dos funcionários. “Por ser um modelo dinâmico de trabalho, a cultura ágil promove mais autonomia para a equipe e proximidade com o cliente, culminando em maior produtividade”, conta Raquel.

Apesar das vantagens desse modelo, essa forma de gestão ágil ainda é pouco explorada pelas companhias. Um estudo divulgado recentemente pela CA Technologies mostra que somente 6% das empresas têm “transformado toda a organização para adotar princípios de agilidade de negócios”.

A Coleman Parkes, que fez a pesquisa para a CA, ouviu 1.770 executivos de tecnologia da informação em 21 países, incluindo 76 brasileiros. De acordo com o levantamento, 12% das empresas não usam metodologias ágeis; 30% têm algumas equipes que adotam as metodologias, mas “as práticas variam e falta visibilidade para seu trabalho”, aponta o estudo.

Especialistas indicam que a maior dificuldade para adotar métodos ágeis de forma mais ampla se dá por razões culturais. Muitas empresas encontram entraves para realizar esse processo dentro do seu corpo de funcionários.

A Locaweb tem realizado esse processo nos últimos anos, mas relata que é uma prática de adoção contínua. “Culturas não são modificadas em um curto espaço de tempo. A cultura é algo intimamente ligado às pessoas e aos seus costumes; então, o engajamento das pessoas é um fator crucial para a aceleração da mudança”, relata Raquel. “A Locaweb tem caminhado e melhorado suas práticas ao longo do tempo.”

Outra empresa que passou a adotar a cultura ágil de forma mais ampla é a Nimbi. Especializada em tecnologia para a gestão da cadeia de suprimento, a companhia remodelou há pouco mais de um ano a forma de gestão para tornar o ambiente mais agradável. Espelhada na cultura ágil e em startups, que visam justamente reinventar o ambiente
corporativo, a empresa reformulou todo o seu ambiente físico para proporcionar essa renovação.

“Nós criamos um escritório novo, que não define local fixo para os colaboradores, além da quebra de hierarquia das equipes. Tudo isso define a cultura organizacional da empresa”, diz Patricia Rechtman, gerente de marketing da Nimbi. “Nós promovemos um ambiente para que as pessoas que estejam trabalhando aqui dentro sejam criativas, inovadoras e que tenham a autoestima alta para poder inovar”, complementa.

A empresa também aposta nessa cultura para atrair novos colaboradores e manter os atuais. Hoje, a Nimbi conta com 250 empregados e espera chegar ao fim do ano com mais de 300. “Na própria entrevista, as pessoas veem o ambiente e já sentem vontade de trabalhar”, afirma Patricia. Para ela, o diferencial da empresa para atrair e manter os atuais funcionários é uma combinação de infraestrutura e clima de trabalho. “Mesmo os recém-chegados já falam que o ambiente é totalmente diferente de outras empresas em que já trabalharam”, diz.

A remodelagem da cultura organizacional permite também outras regalias, com o objetivo de aumentar a percepção de bem-estar de seus colaboradores durante o expediente. “Se, após uma reunião muito tensa com algum cliente ou mesmo interna, o colaborador quiser relaxar, pegar uma cerveja e ir para a varanda, não há problema nenhum”,
afirma Patricia. “Nós damos liberdade para que isso seja feito e cabe ao funcionário ter bom-senso. Até o momento nós não tivemos problema com isso”, complementa.

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