No dia 8 de março, é celebrado o Dia Internacional da Mulher – um reconhecimento do papel que desempenhamos em todos os aspectos no Brasil. Já somos mais da metade da população nacional e ocupamos cada vez mais espaço no mercado de trabalho, sendo responsáveis pelo sustento de quase quatro em cada 10 domicílios país afora. Até a década de 60, a sociedade vivia sob um modelo patriarcal no qual o homem era o provedor do lar, aquele que sustentava e dava conforto a sua família, enquanto, em contrapartida, as mulheres eram educadas com o objetivo de reprodução, cuidados domésticos e com a casa.
Um exemplo dos desafios que ainda persistem é identificado no mercado de trabalho, em especial no setor de Tecnologia da Informação. De acordo com o estudo global de 2014 da Fenwick & West, apenas 25% dos postos de computação e TI são ocupados por mulheres. Trazendo para um cenário mais específico, o de países em desenvolvimento, é sabido que 200 milhões de mulheres a menos do que homens têm acesso à tecnologia online.
Apesar do mercado tecnológico continuar sendo amplamente ocupado pelo público masculino, as conquistas das mulheres são cada vez mais comuns e devem ser celebradas. Grace Hopper foi a criadora daquele que é considerado o primeiro software do mundo. Hoje, marcas que são referência no setor, como Yahoo e Hewlett-Packard, possuem CEOs do sexo feminino. Para que essa se torne uma realidade ainda mais frequente, é preciso um posicionamento prático que propicie a transformação do cenário. E não se trata de fazer ações isoladas e oportunas, mas de diariamente desenvolver uma cultura b que favoreça a diminuição dessa desigualdade. Não é por saber que as coisas poderiam ser piores que deixamos de tentar melhorá-las.
Em março de 2015, a PSafe, empresa brasileira líder em desenvolvimento de apps para segurança e performance digital, contava com 30 mulheres em seu time. Hoje, depois de um ano, esse número pulou para 43, o que abrange mais de 36% do quadro total da empresa. E assim como os números dão um panorama geral da presença feminina na empresa, também é importante entender o que representamos em termos de hierarquia. Para uma análise qualitativa, atualmente 10 de nós ocupam cargos de liderança na PSafe e todos os colaboradores, independente do gênero, são sócios dessa empresa e participantes ativos das decisões de negócio. E alguns atributos fazem toda a diferença no mundo dos negócios quando contratamos mulheres. Elas são multitarefas, ou seja, conseguem realizar com maestria, várias coisas ao mesmo tempo. São mais sensíveis, habilidosas, detalhistas e cautelosas. Isso tudo é vantajoso para o universo corporativo.
Segundo pesquisa publicada pela Dow Jones VentureSource, mulheres que estão em cargos de liderança de startups, como é o caso da PSafe, podem fazer o negócio ter mais sucesso. O estudo descobriu que a proporção média de executivas em empresas de sucesso é de 7,1% e de 3,1% naquelas sem sucesso. Isso, segundo os pesquisadores, mostraria que as mulheres podem potencializar a gestão e melhorar os resultados. E mais: em startups com cinco ou mais mulheres, 61% são bem sucedidas, enquanto que em 39% não deram certo. O que mostra que a PSafe está no caminho certo.
Para que os resultados dessa transformação apareçam é indispensável oferecer os espaços necessários para o desenvolvimento das profissionais. Não é só disponibilizar posições. É constantemente encorajar. É procurar entender quais são as barreiras para o nosso crescimento e lutar para derrubá-las, uma a uma, ainda que tenham raízes densas. A PSafe seguirá mantendo o seu compromisso de diminuir as diferenças e incentivar a igualdade. Estamos fazendo a nossa parte para uma mudança de cultura. E, assim, contribuímos para uma mudança no mundo.
Juliana Motta, gerente de RH da PSafe