Gestão

Processo às cegas para contratação de líderes

Para eliminar o viés inconsciente e impulsionar a contratação de profissionais por suas qualificações e competências, empresa passou a contratar por meio do "currículo cego"

de Redação em 20 de novembro de 2018

A Cargill passou a contratar profissionais para cargos de liderança por meio do “currículo cego”, para eliminar o viés inconsciente e impulsionar a contratação de profissionais por suas qualificações e competências. Com isso, a empresa pretende aumentar a quantidade de mulheres, negros, pessoas com deficiência e LGBTIs comandando
equipes, pessoas e negócios.

Simone Beier, diretora de RH da Cargill. Foto: Divulgação

Na prática, serão omitidos na fase inicial de triagem dos currículos os dados pessoais dos candidatos, como gênero, idade e raça, sendo somente revelados na etapa de entrevistas pessoais. “É um processo que combate a discriminação ou pré-conceitos e possibilita a criação de uma equipe diversificada, deixando de lado possíveis julgamentos sexistas,
sociais ou raciais”, afirma Simone Beier, diretora de RH da empresa.

Para que o modelo seja adotado com sucesso na companhia, os gestores passam por treinamentos e participam de discussões sobre inclusão e diversidade. “É importante que os responsáveis pelas etapas seguintes estejam sempre abertos e focados em avaliar um candidato por suas qualificações, tentando desconstruir qualquer outro viés inconsciente”, ressalta Simone. A Cargill tem, hoje, no Brasil, três grupos focados em diversidade: AfroCargill; Mulheres Operando no Brasil; e o Pride Network.

Primeiro passo no estágio

No Programa de Estágio 2017, a Cargill empregou diversas mudanças em seu processo seletivo. Para ter uma maior diversidade entre os estagiários, em linha com as diretrizes locais e globais, ficou definido que os candidatos não poderiam apontar onde estudam nos currículos, nem para os recrutadores durante a entrevista final. Isso fez com que houvesse uma independência em relação ao aluno e à reputação das universidades e os recrutadores puderam focar as habilidades apresentadas pelos estudantes.

O resultado foi a contratação de 40,1% de mulheres e três vezes mais estudantes de faculdades com classificação inferior a cinco ou quatro estrelas, segundo avaliação do MEC. “Queremos trazer uma nova personalidade para o corpo de funcionários da Cargill e, por meio dessas mudanças, acreditamos que ficará mais fácil buscarmos
profissionais que tenham as habilidades e competências que vão ao encontro da filosofia e da cultura da Cargill”, diz Simone.

*Conteúdo publicado na edição de novembro/2018, da Revista Melhor RH

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