Carreira e Educação

Quem mais vai de bike?

de Núbia Matos em 11 de setembro de 2012

Na edição de agosto, a MELHOR contou a história do executivo Ricardo Santos que trocou o carro pela bicicleta para ir e voltar do trabalho. Você pode ver a matéria AQUI. 

Agora temos um exemplo de quem está se exercitando e tirando um carro das ruas, o CEO da rede Seven Idiomas, Steven Beggs. Ele falou conosco sobre a mudança do hábito, sobre os perigos de ser um ciclista em São Paulo e dá dicas para quem quer começar a pedalar.

E você? Usa a bicicleta como meio de transporte para o trabalho? Se sim, conte para a gente sua história e a publicaremos aqui no site da MELHOR! Mande um e-mail para melhor@editorasegmento.com.br .














Steven diz que indo de bike sente-se mais disposto


Steven Beggs: Qual foi o fator crucial para você começar a usar a bicicleta como meio de transporte para o trabalho?
MELHOR:
Eu morei e estudei na avenida Paulista até 13 anos. Depois mudei para um novo colégio, que ficava na Praça Roosevelt. Minha irmã e eu decidimos ir de bicicleta, descendo a Rua da Consolação.  (Pontos conhecidos da cidade de São Paulo). Quando o colégio mudou para o Morumbi, continuei com a prática. Eu levava na bike até duas formas de bolo de receitas americanas da minha mãe, que eu fazia para vender na escola. Gostava, pois todo mundo me conhecia pela bike e pelo bolo. Quando comecei a estudar na Universidade de São Paulo (USP), continuei a ir de bike. E a dar aula, também. Então foi um processo natural, motivado pela facilidade de transporte e porque eu achava legal.


Como foi o processo de adaptação?
Como eu andava de bicicleta pelas ruas desde garoto, o processo foi fácil.


Você pensou em desistir em algum momento?
Não, somente fiz algumas adaptações. Quando me casei e fui morar no Butantã (outro bairro da cidade de São Paulo), comecei a ir de motocicleta, pois tinha que lecionar em vários pontos distantes. Voltei a ir de bike para a Seven há alguns anos, depois que mudei para a Lapa.


Em seu trajeto há estrutura para andar de bicicleta? Há ciclovias?
Nenhuma. Tenho que compartilhar a via com os automóveis.

Quais os perigos de ser um ciclista em São Paulo?

Muitos motoristas acham que são os donos da rua. Se eles estão atrás de você, não podem ver 30 metros livres na frente da bike antes dos carros parados Í  frente sem buzinar. É até engraçado, pois se os deixo passar, param em 10 segundos logo Í  frente, por conta de engarrafamentos. E aí eu passo novamente. O mais grave é que, raramente, respeitam a distância mínima de 1,5 metros ao ultrapassar. Esse é um ponto crucial. Se a distância fosse sempre respeitada, e a prioridade também – primeiramente o pedestre, depois bicicleta, depois carros, depois ônibus e caminhões – os trajetos seriam muito mais seguros.


E os benefícios?
Sinto-me mais disposto e alegre, curto os detalhes da cidade, sinto que estou contribuindo um pouco para um lugar melhor, além da economia financeira.


Você usa alguma roupa especial ou já sai de casa com a roupa de trabalho?
O segredo é simples: vou de bermuda, blusa clara (por causa do sol), óculos escuros, capacete e sapato social. Usar tênis seria uma questão só de estética e não vale Í  pena levar o sapato na mochila pelo peso e volume. Na mochila, levo uma muda completa de roupa que coloco quando chego ao trabalho. Suo um pouco, mas a troca de roupa resolve. Claro que um bom desodorante também é essencial.


Onde você estaciona sua bicicleta? Há local para ela em sua empresa?
Há um paraciclo numa sede. Na outra, eu utilizo o hall de entrada.


Além do trajeto casa – trabalho, você costuma ir para outros lugares de bicicleta?
Levo minha filha de 1,3 anos na ciclofaixa ou ciclovia de vez em quando. No dia dos pais, demos uma volta na ciclofaixa e ciclovia da marginal Pinheiros, meus quatro filhos, minha esposa e eu.


Quais os equipamentos de segurança que você utiliza?
Capacete, luz dianteira e traseira, além da buzina.


Quais as dicas você dá para quem quer começar a pedalar em grandes cidades?
Não ande colado Í  guia. Os carros tentarão ultrapassar dentro da própria faixa, a alguns centímetros de você. Isso é contra a lei, pois a distância lateral mínima para ultrapassagem é 1,5 metros.
Ande no terço direito da faixa, assim os carros terão que diminuir a velocidade e entrar na faixa da esquerda para ultrapassar você. Pode não parecer, mas avenidas de trânsito parado são boas opções, pois você anda muito mais rápido que os carros. Só deixe as motos passarem.
Evite ladeiras onde passam ônibus e caminhões, pois a bike vai bem devagar nas subidas e todos passarão por você muito rápido. Procure, também, rotas alternativas por ruas mais calmas.


O que as empresas podem fazer para auxiliar seus colaboradores a adotarem hábitos saudáveis, como pedalar?
Dar o exemplo. Instalar chuveiros –  pois depois do medo de andar no trânsito, a segunda queixa é o suor. Apoiar associações de cicloativistas, também.

 

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