Saúde

Rol de discussões

de em 26 de julho de 2010

O novo rol de procedimentos que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) impôs aos planos de saúde – e que começou a vigorar no último em junho – é bom para a saúde dos usuários dos planos, mas vai tornar mais duras as negociações entre as operadoras e as empresas no período de renovação de contratos. A avaliação é de Ronn Gabay, líder da prática de administração de benefícios da Hewitt Associates Brasil. Em alguns casos a que a consultoria teve acesso, há tentativa de reajustes preventivos de 8%. “Nos planos coletivos, a imposição dos novos procedimentos e a restrição de reajustes com prazo inferior a um ano deverão tornar as negociações de renovação dos contratos, a partir de agora, muito mais duras, com menor flexibilidade por parte das operadoras”, salienta Gabay.

Além disso, acrescenta, há também uma tendência de aumento preventivo, sem base técnica nem histórico de custos. “Verificamos em nossa carteira de clientes que as operadoras chegaram a solicitar 8% de reajuste em alguns casos, nos quais se verifica um risco maior de utilização de procedimentos novos. Quando a sinistralidade projetada fica abaixo do limite contratual, ou o risco apresentado pela população é baixo em relação à utilização dos novos procedimentos, temos conseguido renovações sem qualquer reajuste.”

A recomendação para as empresas que estão em período de renovação de contratos é negociar sempre. Gabay explica que, para ter sucesso nesse processo, é preciso conhecer detalhes da sinistralidade (custo do atendimento à saúde) de sua população, e ter base técnica para argumentar com o representante de sua operadora o risco previsto e seu preço proposto.
Segundo ele, é cedo para prever o impacto dos novos procedimentos no custo das operadoras. Ele argumenta que alguns dos novos procedimentos possibilitam economia, reduzindo o tempo de internação, detectando doenças de forma mais precoce e, consequentemente, reduzindo os custos de tratamento.

Avanços
O novo rol da ANS inclui procedimentos como o transplante de medula óssea, videolaparoscopia no tórax, pet scan (ressonância magnética mais sofisticada), além de aumento no limite anual de sessões de psicoterapia, nutrição, fonoaudiologia e fisioterapia.

O impacto dos novos procedimentos na saúde dos usuários desses planos é inquestionável, observa Gabay. Por meio deles, será possível detectar tumores e doenças precocemente e evitar algumas cirurgias, reduzindo o tempo de recuperação e a dor. Também melhora a qualidade de vida de pacientes portadores de doenças psiquiátricas, possibilitando mais acesso a terapias, evitando internações por crise. No total, são 16 procedimentos da área odontológica, incluindo cobertura para blocos e coroas, e 54 da área médica, dentre eles alguns avanços da medicina.

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