Gestão

Uma nova forma de reter pessoal

de em 12 de fevereiro de 2014

Não é nenhuma novidade que a rotatividade consome boa parte da verba de treinamento das empresas. Para diminuir o turnover, o desafio constante dos gestores é encontrar novas maneiras de reter o pessoal. Já passou a fase em que ter um atrativo PLR – os bônus atrelados Í  produtividade – fazia diferença. Hoje, esse modelo não é mais encarado como um diferencial por dois motivos: porque a grande maioria das empresas já tem ou porque as metas são tão irreais que acabam desanimando e não funcionam mais como fator motivacional.

#R#

Também ficou para trás a época em que o ambiente de trabalho fazia a diferença. A cada edição dos rankings de melhores para trabalhar, as primeiras empresas da lista eram o “sonho de consumo” dos trabalhadores de todos os níveis. Hoje, bom clima organizacional virou default. E o RH precisa novamente reinventar formas de manter os funcionários por mais tempo nas empresas. O apagão de mão de obra, resultado do desenvolvimento acelerado do Brasil nos últimos anos, torna-se mais um elemento na difícil equação que combina: manter funcionários satisfeitos, motivados e comprometidos, grande oferta de novos empregos e oportunidades, e crescente geração de novos talentos (os Ys), que não se apegam a valores tradicionais que costumavam atrair os mais velhos.

A novidade surge agora na forma de uma grande cesta de benefícios. Pesquisa internacional sobre tendências de benefícios para funcionários realizada pela MetLife em 2011 mostra que, para 73% dos empregadores brasileiros, um dos motivos para oferecer um pacote atrativo é justamente captar funcionários. A questão de fidelidade Í  empresa entre os trabalhadores com benefícios é de 75%, número que cai para 65% quando o funcionário não os recebe. Para que não haja um grande ônus para as empresas na formação dos pacotes, muitas buscam formas de reduzir o custo dos benefícios fazendo com que os funcionários assumam parte do custo. É o conhecido benefício voluntário. O funcionário só adere se quiser, mas o valor do serviço compensa porque acaba sendo muito mais baixo do que se contratado individualmente já que a companhia, por ter um contrato corporativo, consegue preços mais competitivos do que a pessoa física. Nos EUA, percebe-se o crescente interesse dos trabalhadores pelos benefícios pagos voluntariamente. Cerca de 2/3 dos trabalhadores americanos valorizam essa opção porque atende suas necessidades pessoais e 52% dizem que estão dispostos a escolher uma gama maior de benefícios voluntários e pagar por eles.

Metade dos trabalhadores brasileiros que atualmente recebem benefícios de suas empresas disse ter interesse em mais oferta de benefícios espontâneos. No Brasil, por exemplo, cerca de 1/3 das mulheres que atualmente não recebem benefícios disseram que teriam interesse em adquirir produtos, como seguro e previdência privada, por meio de seus empregadores mesmo pagando 100% do custo. Essa pode ser uma maneira eficaz e econômica para que, principalmente pequenas e médias empresas, possam oferecer mais benefícios e assim consigam competir com as grandes empresas e fidelizar ainda mais seus colaboradores.


*Jair Pianucci é diretor de Recursos Humanos da MetLife no Brasil

Compartilhe nas redes sociais!

Enviar por e-mail